quarta-feira, 23 de junho de 2010

PELA VERDADE DESPORTIVA



Leio a entrevista concedida por Djamel Zidane, jogador da selecção argelina nos Mundiais de 1982 e 1986, a Rui Miguel Tovar, publicada na última página da edição de hoje do jornal i.
Djamel lembra como, em 1982, a Argélia foi afastada, na fase de grupos, com duas vitórias, após a combinação de um resultado, entre as selecções da RFA e da Áustria.
Essa vergonha terá estado na origem da alteração introduzida pela FIFA, no sentido de que os jogos da terceira jornada da fase de grupos passassem a ter lugar no mesmo dia e à mesma hora.
E não resisti a lembrar o jogo de ontem, entre o México e o Uruguai, que terminou com a vitória deste último por 1-0.
O empate garantia a qualificação das duas selecções e foram muitas as vozes que sugeriram a possibilidade de existir um acordo tácito, para garantir a passagem de ambas à fase seguinte, o que viria a ser, prontamente, negado por ambos.
A lógica subjacente ao raciocínio trapaceiro era evidente e estou certo de que, a essas insinuações, não terá sido indiferente o facto de se tratarem de duas selecções da América Latina, havendo até quem tenha dito que se tratava de um "jogo de compadres"...
Mas Uruguai e México encarregaram-se de demonstrar que estavam ali para lutar pela qualificação, com particular destaque para a selecção uruguaia, cuja qualificação estava garantida, no respeito pela verdade desportiva, e prestaram um enorme serviço ao futebol.
Ao futebol e à América Latina, comprovando que o menor desenvolvimento económico não significa menor respeito pela Verdade, como muita gente do chamado primeiro mundo, pretende, frequentemente, fazer crer...

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