terça-feira, 29 de junho de 2010

A EUFORIA PODE ESTAR PARA DURAR...


Logo, pelas 19:30, terá lugar mais um duelo ibérico, desta vez para decidir quem passa aos quartos-de-final do Campeonato do Mundo de Futebol, o qual, não sendo tão importante, do ponto de vista económico, como o que está a travar-se nas telecomunicações, pelo controlo da brasileira Vivo, será particularmente relevante para acentuar, ou não, o clima depressivo em que o país se encontra mergulhado.
Na sua edição de hoje, o jornal Público oferece-nos um texto de Bruno Prata, intitulado "Raios X a uma Espanha campeã mas também fatalista e propensa a passar num ápice da euforia à depressão", no qual o jornalista se refere a controvérsia quanto à táctica utilizada por Del Bosque e faz uma análise sectorial da selecção espanhola, cuja introdução poderia, com as devidas adaptações, ser aplicável a Portugal e à nossa selecção.
Também nós, portugueses, sempre tivemos, como diz Bruno Prata, "uma relação fatalista com a selecção", que parecia ter terminado com o segundo lugar obtido no Europeu 2004, mas se reacendeu com a chegada de Carlos Queirós. E, tal como os espanhóis, temos essa terrível propensão para passarmos, "num ápice, da euforia à depressão".
Aliás, digo eu, os portugueses são mestres, em matéria de rápida passagem de um estado ao outro, no futebol como na política, ou na economia.
Assim como em Espanha se faz, tal como o artigo refere, uma "obsessiva comparação com a equipa de Luís Aragonês", que foi campeã da Europa, em Portugal pratica-se exercício semelhante relativamente à equipa de Scolari, não sendo de estranhar que, em caso de eliminação, se reacenda a polémica em torno das escolhas do seleccionador nacional, das lesões de Nani e Deco, da opção por Pepe, ou das polémicas e pouco profissionais declarações do mesmo Deco. Ou muito me engano, ou tudo isso estará de regresso em caso de derrota no jogo de hoje...
E é por isso que, antes do jogo de logo à noite, quero reafirmar que confio na selecção nacional, no trabalho de Carlos Queirós e considero muito importante a sua manutenção como responsável das selecções nacionais, mesmo que sejamos eliminados pela Espanha.
A selecção nacional já cumpriu a sua obrigação, ao conseguir o apuramento para os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, e uma derrota perante os actuais campeões da Europa nunca poderá ser encarada como uma tragédia e muito menos servir de desculpa para se pôr em causa o excelente trabalho de renovação que tem vindo a ser desenvolvido.
Acredito que Portugal pode eliminar a Espanha, o que faria um bem enorme ao nosso ego e ajudaria a Federação a equilibrar as suas contas, mas se tal não acontecer, resta-me torcer para que seja o Brasil o campeão e desfrutar os jogos que ainda faltam.
A nossa selecção já cumpriu o seu dever, mas acredito que, deste lado da fronteira, a euforia está para durar...

Sem comentários:

Enviar um comentário