sexta-feira, 17 de abril de 2009

SAD's RICAS, CLUBES POBRES ?



Já aqui escrevi que, acompanho, com atenção, o que se tem estado a passar no Sporting Clube de Portugal.

Apesar do meu benfiquismo militante, isso não me impede de querer perceber as transformações que ocorrem nos "concorrentes", bem pelo contrário.

Aliás, considero um erro, grave, se os dirigentes do meu Clube, não seguirem, atentamente, o que se está a passar, não só no que respeita às eventuais decisões, a aprovar na AG desta noite, como também, e sobretudo, quanto às diferentes opiniões, e pontos de vista, sobre a estratégia mais adequada.

Isto apesar de, infelizmente, a margem de manobra, no Benfica, já ser muito pequena...

A entrevista de José Roquette, ao jornal "A Bola", e de Nobre Guedes e Isabel Trigo Mira, ao jornal "Record", devem merecer a atenção de todos aqueles que gostam, não só de futebol, mas também, e sobretudo, dos seus Clubes.

Não querendo, naturalmente, intrometer-me numa polémica que não me diz respeito, não posso deixar de considerar, no mínimo, "curioso" que, tendo as SAD's sido constituídas a partir dos clubes, com capital realizado em espécie, transferido desses mesmos clubes, a preços que, nem sempre, correspondiam ao seu verdadeiro valor de mercado, estejamos a assistir, poucos anos passados, a um cenário caracterizado por SAD's ricas e clubes pobres.

E a situação é ainda mais "curiosa" se nos lembrarmos que, as SAD's recebem, dos clubes, mais de 75% das receitas das quotas dos associados, os quais têm cada vez menos direitos e pagam, cada vez mais, para assistirem a um jogo de futebol do seu clube do coração.

Para quem, como eu, não admite a hipótese de o Clube ser completamente esvaziado, em benefício da SAD, e dos verdadeiros "desmandos" da sua administração, este debate assume particular interesse. Até porque, o aparecimento das SAD's acabou por criar uma situação muito particular, que é a de, os "deficits", sucessivos, acabarem sempre, ou quase sempre, por serem financiados através do recurso à venda, do pouco que resta, do património dos clubes, a essas mesmas SAD's, para que estas possam aumentar o seu endividamento.

E quando o património dos clubes se esgotar ?

Será que o próximo passo é o de as SAD's pedirem ao clubes que aceitem abdicar das poucas receitas de que dispõem, para financiar, parcialmente, o seu ecletismo, em benefício de equipas de futebol construídas sem critério, e de gestores profissionais pagos principescamente ?

Todos sabemos, e eu não o ignoro, que o futebol é a actividade motora dos clubes, agora através das SAD's, fazendo todo o sentido que se lhe consagre a maioria das receitas obtidas.

Mas o ecletismo também tem um valor, desprezado, é certo, por muita gente, até porque movimenta pouco dinheiro, mas nem por isso pode ser considerado desprezível, muito pelo contrário...

Certo é que, existem sempre alternativas para a resolução de qualquer problema e, até agora, a avaliar pela posição das administrações das SAD's, e dos seus banqueiros, parece que só a venda do património dos clubes, para "cobrir" o endividamento das SAD's, é a solução.

E é estranho, ou talvez não, que não se debatam soluções alternativas...

O debate está, a meu ver, longe de ter terminado, mas será importante conhecermos a posição dos sportinguistas acerca deste tema...

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