terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PONGOLLE


-Bom dia, Nando, tens Pongolle?
-Bom Dia, Manecas. Pongolle, para que raio é isso, questionou o Nando, tentando lembrar-se se tinha, em "stock", algum medicamento, com esse nome.
-Ai tu não sabes? Que raio de farmacêutico me saíste. Acho que é um remédio para reforçar o meio campo, fabricado em França, vendido a Espanha, mas que não deu muito bom resultado, e foi exportado para Portugal, lá para as bandas de Alvalade, explicou o Manecas, rindo a bom rir.
-Mas que grande safardana me saíste. Está um homem descansado, no seu trabalho, e vem este lampião, de uma figa, dar-lhe cabo do juízo, retorquiu o Nando.
-Que raio de lagarto és tu, que nem sabes o nome dos teus jogadores. E olha que este nem tens desculpa, que tem nome de medicamento...
-É para ajudar a tratar-vos da saúde...
-Ou a vocês, que estão bem precisados. Não vos bastava os coxos que lá têm, ainda foram buscar o João Pereira, que disse que ia para "morrer" em campo. Ainda se fosse para correr...
-Fala, fala. Estás é com inveja de não terem sido vocês a ir buscá-lo.
-Inveja, eu? Ele não tinha lugar no Glorioso. E então agora, que descobriu que era lagarto desde pequenino, nem para jogar nas reservas servia...
-Sim, sim, vai falando. Eu, se fosse a ti, preocupava-me era em saber onde é que vocês vão buscar dinheiro para tantas contratações. Devem ter descoberto petróleo no Seixal...
-Já que falas nisso, lembro-me de ver uns fulanos a instalar umas plataformas, da última vez que lá estive. Pensei que era para as bancadas, mas, quem sabe, se calhar era mesmo para a extracção do petróleo...
-Brinca com coisas sérias, brinca, que já perdeste o estádio, e, por este caminho, perdes a SAD também...
-Amigo, vamos mas é ao nosso cafezinho, que estamos atrasados. Já que não me vendes o medicamento que te pedi, preciso, urgentemente, de um café.
-Mas qual medicamento, pediste alguma coisa, questionou o Nando, sem se lembrar do início da conversa.
-Claro que pedi, um Pongolle, em comprimidos, que não gosto de xaropes...
-Mas que grande malandro me saíste, ó lampião. Vamos lá ao nosso café...
E lá foram, discutindo as contratações, recentes, dos seus clubes, mas dominados por um pensamento comum:
De onde será que vem o dinheiro para pagar tudo isto?

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