terça-feira, 5 de outubro de 2010

REPÚBLICA, OU MONARQUIA?


Comemoramos, hoje, o Centenário da República Portuguesa.
A avaliar pelo que se vê, lê, e ouve, existem vários portugueses simpatizantes do regime monárquico, coisa que eu entendo e respeito, apesar de ser republicano.
Não quero, aqui, discutir os méritos de cada um dos sistemas, tanto mais que encontro, num e noutro, virtualidades e defeitos.
Os maiores defensores da Monarquia têm-se batido no sentido de que os portugueses sejam chamados a decidir, em referendo, qual o regime que pretendem, coisa que não me chocaria absolutamente nada, apesar de me parecer inequívoco que o resultado, a favor da República, seria esmagador.
Chocante, isso sim, é ver um tema tão importante ser tratado, por tantos, de forma tão ligeira, numa linguagem indigna de quem preza a democracia.
Defender a causa Real, não só não é menos nobre do que defender a causa Republicana, e vice-versa, como é um direito que assiste a todos e cada um dos portugueses.
Se é verdade que os erros da monarquia, e foram muitos, não justificavam o bárbaro comportamento de muitos republicanos, não é menos verdade que os erros da república, e muitos foram, não conferem aos monárquicos qualquer tipo de superioridade moral, ou outra, em matéria de cidadania, como se procura, muitas vezes, fazer crer.
Portugal, que já foi monárquico e agora é republicano, é o país do qual todos nós, portugueses, nos devemos orgulhar, pela sua história, pelas suas gentes, pelos seus costumes.
E as divergências, de regime, ou outras, que são um inequívoco sinal de vitalidade da opinião pública, devem ser dirimidas no estrito respeito pela pluralidade de opiniões.
Discutir o regime, como se de um jogo de futebol se tratasse, não só não enobrece a discussão, como não honra a República, nem teria honrado a Monarquia.

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