segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HAJA ALGUÉM COM DECORO...


"O fim da AP, do EA e ainda a atribuição de uma turma aos professores bibliotecários e a redução do crédito de horas a que as escolas têm direito vai fazer com que haja um redistribuição de horários e com que o sistema precise de contratar menos professores", confirma Mário Nogueira, da Fenprof.
E apesar de não considerar que a manutenção da AP e do EA sejam fundamentais, o sindicalista critica "a lógica economicista" por trás destas decisões: "Estão a tomar medidas para poder pôr na rua alguns milhares de professores contratados."


Este é um excerto do artigo do DN Economia, a propósito da prevista extinção de duas "disciplinas", de seu nome, AP (Área de Projecto) e EA (Ensino Acompanhado), do ciclo de ensino básico, prevista na proposta do Orçamento Geral do Estado.
Em primeira leitura, parei e pensei:
-Só pode ser engano do jornalista. Então o Dr Nogueira não considera que as duas disciplinas são fundamentais e pede a sua manutenção?
Voltei a ler.
Qual engano do jornalista, qual carapuça, é assim mesmo.
O Dr Nogueira, que, se alguma vez deu aulas, já nem se deve lembrar como é, acha que acabar com disciplinas que, ele próprio, pasme-se, não considera fundamentais, tem "lógica economicista" e visa deixar sem trabalho os professores.
Será que o Dr Nogueira vive em Portugal, onde onde milhares de portugueses perdem empregos, necessários, devido à crise económica?
E os dirigentes da FNE (Federação Nacional da Educação), Lucinda Manuela e João Dias da Silva, reeleito secretário-geral da mesma, que apoiaram a aprovação de "uma resolução de mobilização de todos os docentes e não docentes para a greve geral de dia 24 de Novembro", pensam da mesma maneira?
Defendem, afinal, estes senhores e senhoras, doutores e doutoras, que os portugueses continuem a pagar por disciplinas desnecessárias, para manterem a sua base de apoio politico-sindical?
Claro que a pergunta a fazer seria, porque é que estas disciplinas foram criadas, se nem sequer são fundamentais, mas isso não parece preocupar ninguém...
E eu, que nem estava para aderir à greve do dia 24, repensei e resolvi estar presente. Com um cartaz que dirá:
CHEGA DE IRRESPONSABILIDADE SINDICAL!
E, pelos vistos, não serei o único a pensar deste modo, ao verificar, através da leitura do jornal i, que a vice-presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, a magistrada judicial Fátima Mata-Mouros, decidiu abandonar o cargo, por considerar que um modelo sindical com discurso reivindicativo é "incompatível com a natureza da actividade dos juízes".
Haja alguém com decoro...

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