terça-feira, 26 de outubro de 2010

QUAL SEXO FRACO?...


O meu dentista é um homem relativamente jovem e com aquilo que comummente se designa por "paciência de santo". É competente e revela o maior cuidado, em todas as ocasiões, no sentido de minimizar, ao máximo, as dores do paciente.
Sempre que me vejo forçado a visitá-lo, por motivos que não de rotina, fico impressionado com a paciência e o cuidado daquele homem, sobretudo quando comparado com outros que, regular ou ocasionalmente, se ocuparam a cuidar-me dos dentes, ao longo dos anos.
De seu nome Alexandre, costuma falar-me do estoicismo das mulheres, quando se sentam naquela cadeira, em contraste com o comportamento dos homens, sempre mais queixosos, e a tender para a pieguice.
Mas porque as dores de dentes, segundo a minha avó e algumas das minhas amigas, podem ser bem piores do que as dores de parto, inclino-me para ter uma certa condescendência para com a nossa atitude, em regra mais medricas, dado que sei bem o que são as primeiras, e admito que não seja nada fácil suportar as segundas.
Ainda assim, não deixei de me interrogar, enquanto o meu dentista aprontava os utensílios e me explicava as diferenças no comportamento, por que motivo seremos nós, homens, designados como sexo forte, ou as mulheres o sexo fraco, quando são, em regra, as mulheres quem suporta e resiste, ás maiores agruras da vida?
Possivelmente, concluí, porque temos sido nós, homens, ao longo dos séculos, a dominar a sociedade, e as mulheres, não lhes reconhecendo a sua enorme capacidade de sofrimento, e a sua combatividade e generosidade.
Como diz o ditado, "só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja", mas ainda assim, e porque mais vale tarde do que nunca, aqui fica a minha modesta homenagem às Mulheres, com particular destaque para todas as que conheço e me são queridas.

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