quinta-feira, 25 de março de 2010

A MINHA RIMÃ...


Imaginei-me no dia 26 de Março, na minha escola primária, o Externato de São José, com sete anos.
A Dona Fernanda, professora que me ensinou as primeiras letras e números, mandara-nos fazer uma redacção, com tema livre.
Calculo que devo ter escrito qualquer coisa deste género:

A minha irmã chama-se Paulinha, mas a minha mãe diz que é MiPá.
A minha irmã nasceu ontem e estamos todos muito felizes.
A minha mãe teve uma alergia e ficou com muita urticária, mas o meu pai disse que vai ficar boa depressa.
Eu e o meu irmão queríamos um rapaz, para jogarmos à bola com ele, mas a cegonha trouxe uma irmã.
A a minha irmã é muito bonita.
Eu gosto muito da minha irmã !

Se não foi exactamente assim não deve ter andado muito longe, a primeira redacção que escrevi após o nascimento da minha irmã.
Recordo-me que estava um dia lindo, que fui autorizado a não ir à escola e que eu e o meu irmão nos adaptámos, rapidamente, à ideia de ter nascido uma menina.
Anos mais tarde, com a crueldade da juventude, quando a queríamos irritar dizíamos que não era nossa irmã. Que os nossos pais a tinham encontrado num caixote do lixo. Maldade!
Os anos passaram, fez-se mulher e deu-me dois sobrinhos maravilhosos, o Bernardo e a Constança, que eu adoro, sendo que a minha sobrinha é a mãezinha por uma pena...
Bonita de feições e de coração, torta de feitio, mas sempre jovial, de há muito que a deixei de tratar por irmã, na medida em que encontrei uma palavra bem mais adequada: Rimã.
Faz hoje um ano que estivemos juntos, numa comemoração surpresa, que ficará gravada para sempre na minha memória, e neste dia em que estou distante, embora perto no coração, não podia deixar de lhe prestar esta pequena homenagem.
Que este seja um dia maravilhoso, como tu, que vivas por muitos e bons anos, com muita saúde e paz e que nunca percas essa tua extraordinária jovialidade, é a mensagem que aqui te quero deixar.
És a minha menina e sinto-me privilegiado por ser teu irmão !
Graças a Deus que a cegonha trocou os berços !
PARABÉNS RIMÃ !
Ou, como diria a Maria do Carmo :
PARABÉNS MIPÁ !

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