sexta-feira, 14 de maio de 2010

OS PADRINHOS...

Acidentalmente, tive ocasião de rever, na noite de ontem, a Parte II desse excelente filme que é "O Padrinho".
Se já era minha convicção que existe uma íntima ligação entre as emoções que um filme pode despertar em nós e o nosso estado de espírito, essa convicção foi substancialmente reforçada.
Com efeito, quando vi o filme pela primeira vez, já lá vão vários anos, retive a imagem de uma excelente produção sobre a vida dessa criminosa organização secreta que é a máfia, os seus negócios e o inexorável comportamento dos seus chefes, visando a conquista e conservação do poder, mas tudo me pareceu distante, localizado, datado.
Agora, ao revisitar o filme, mais velho e com um estado de espírito diferente, num momento particular da minha vida, tudo me pareceu menos ficcional e bem mais próximo do comportamento de alguns "padrinhos" que se me revelaram ao longo da última década.
Para muitos "padrinhos"dos nossos dias, tal como para Don Vito Corleone, os valores da família, da lealdade, da amizade, esgotam-se no momento em que se tornam conflituais com os seus interesses. E não hesitam em recorrer a todos os meios necessários à concretização dos seus objectivos, por mais abjectos que sejam.
Ontem, ao rever "O Padrinho - Parte II", voltei a sentir a sensação de repulsa e revolta que sentira da primeira vez, perante os comportamentos mafiosos retratados no filme, mas reforcei a convicção de que a "Cosa nostra" continua a ter um significativo número de fiéis seguidores, ainda que possam não integrar, formalmente, a organização ...

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