quarta-feira, 12 de maio de 2010

O PIB DO NOSSO DESCONTENTAMENTO...


A notícia chegou, surpreendente:
O PIB português cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, contra 0,2% da média dos países que integram o Euro.
Más notícias para os profetas da desgraça, pensei.
E dei comigo tentando encontrar os motivos para este inesperado comportamento da economia portuguesa:
-A conquista do campeonato nacional pelo glorioso Sport Lisboa e Benfica, hipótese que tive de abandonar, apesar de legítima, pois só será aplicável ao crescimento no segundo trimestre, e seguintes;
-Um milagre de Nossa Senhora, também não aplicável, até porque o primeiro trimestre não é dado a milagres, como todos sabemos, e a Virgem Maria tem manifestas preferências pelo mês de Maio, também ele incluído no segundo trimestre do ano;
-A visita do Papa, pensei, mas a chegada de Bento XVI a Portugal, embora coincidindo com o anúncio da boa nova, também não serve de justificação, atendendo ao período a que a notícia se refere
-Foi o investimento público, admiti, mas a hipótese teve que ser abandonada dada a reconhecida escassez deste, durante o período em análise.
Esgotadas as hipóteses enunciadas e norteado por tudo o que tem sido dito e escrito por comentadores, economistas, jornalistas e políticos, admiti que pudesse tratar-se de um engano.
Voltei ás notícias e confirmei. Era mesmo verdade!
O INE e o EUROSTAT confirmavam que não se tratava de mais uma manobra do Governo para enganar os portugueses.
A economia portuguesa crescera, de facto, 1%, no primeiro trimestre de 2010, ou seja, 0,8% mais do que as que integram a zona euro.
Surpresa das surpresas, esse crescimento estava baseado no comportamento das exportações, apesar do fraco grau de competitividade das empresas portuguesas, no qual muitos se baseiam para tentar precarizar, ainda mais, o emprego de significativa parte dos portugueses.
Não fiquei descansado, porque o actual estado da economia e o seu grau de endividamento não são de molde a deixar ninguém descansado, continuando a ser necessário fazermos um esforço sério no sentido reduzirmos, significativamente, a despesa pública.
Mas confesso que que me deu um certo gozo ver contrariados alguns velhos do Restelo, cujo número parece tender a aumentar com o decorrer dos séculos...

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