domingo, 30 de maio de 2010

O BENFICA, O PAPA E A...CGTP

Já ninguém estranha que, de cada vez que existe uma greve ou se realiza uma manifestação, os números das centrais sindicais sejam bastante diferentes dos números oficias, com os primeiros a pecarem por excesso e os segundos por defeito, digo eu.
Acontece que, para a percepção da grandiosidade de determinados eventos, não é indiferente o papel da comunicação social e a facilidade com que aceita, ou não, os números divulgados pelos interessados.
Vem tudo isto a propósito da manifestação de ontem, promovida pela CGTP, com o apoio de PCP, Bloco de Esquerda e outras organizações de esquerda, durante a qual Carvalho da Silva se referiu à presença de 300 mil manifestantes, numero que foi aceite sem contestação e viria a servir de base para a notícia de abertura dos telejornais.
Curiosamente, do que me foi dado ver e ouvir, só o jornal Público fez algum esforço para tentar confirmar estes números, o que não deixa de ser curioso, uma vez que até Isabel Brites, ex-sindicalista da CGTP e habitual responsável pela contabilização de presenças, admitiu ao jornal que, pelos seus cálculos, teriam estado presentes "entre 130 e 150 mil pessoas"...
Se entendo, perfeitamente, que o empolamento do número de manifestantes possa servir os interesses de todos os opositores ao Governo, e não apenas os das forças políticas que se fizeram representar, não me parece sério que a comunicação social aceite tomar como bom e publicitar um número absurdamente exagerado, como me parece ser o caso.
Acresce que, para dois grandes eventos, recentes, realizados no mesmo espaço e que tiveram muito maior adesão popular, verificável a olho nu, foram indicados números bastante inferiores que nunca excederam as 100 mil pessoas.
Deste modo, a ser verdade que estiveram 300 mil pessoa na manifestação da CGTP, terão de ser corrigidos os números relativos ás presenças na missa celebrada por Bento XVI, no Terreiro do Paço, em Lisboa, bem como os que dizem respeito à dimensão da festa benfiquista no Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade, quando da recente conquista do campeonato nacional.
E não deixa de ser curioso que, apesar da presença de Jesus, o do Benfica, e de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, nos dois eventos que referi, tenha sido a CGTP a conseguir, junto da comunicação social, o milagre da multiplicação...

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