segunda-feira, 3 de maio de 2010

É HORA DE ARREPIAR CAMINHO...


Acabo de tomar conhecimento do comunicado da SAD do Futebol Clube do Porto, a propósito dos incidentes ocorridos no Porto, antecedendo o jogo com o Benfica.
Confesso-me perplexo e indignado com o teor do comunicado, não como benfiquista, mas como desportista e amante do futebol.
A SAD do Porto não nega nada do que se passou, nem o podia fazer, e muito menos apresenta um pedido de desculpas pelo sucedido, como seria natural entre gente civilizada...
Antes prefere socorrer-se de incidentes, igualmente lamentáveis e condenáveis, passados há vários anos, e de outros exemplos menores, para tentar justificar o injustificável e isso não lhe fica bem.
A linguagem e argumentação utilizadas não honram a instituição Futebol Clube do Porto, nem os seus dirigentes, sendo um total absurdo que continuem a tentar desvalorizar o mérito do seu adversário num campeonato em que o Porto não demonstrou capacidade competitiva para renovar um título que lhe pertenceu nos últimos quatro anos e que vai acabar no terceiro lugar, a significativa distância pontual do primeiro.
Falo com a legitimidade de quem sempre condenou todo e qualquer tipo de violência, dentro e fora dos relvados, independentemente das simpatias clubísticas de quem a pratica e de quem nunca pactuou com os desmandos das claques, sem cuidar de saber o clube que dizem apoiar, e que as apoia.
Não posso, por isso, deixar de considerar de muito mau gosto e lamentar que, dirigentes com responsabilidades venham evocar um fatídico incidente ocorrido num jogo entre os seus rivais, para justificarem o inqualificável comportamento dos seus adeptos, durante o fim-de-semana.
Eu assisti a essa célebre, por trágica, final da Taça de Portugal, entre Benfica e Sporting, durante a qual um "very light" lançado para o ar acabou por atingir, mortalmente, um adepto do Sporting e posso afiançar que o clima de animosidade entre os adeptos não teve qualquer comparação com aquele que vivi durante a tarde de ontem, no estádio do dragão.
Talvez seja tempo de os dirigentes alterarem, ainda que temporariamente, o modo como se deslocam para os estádios e assistem aos jogos dos seus clubes, misturando-se com os adeptos, sem qualquer tipo de segurança pessoal.
Pode ser que percebam, finalmente, que não é possível continuarem por este caminho, sob pena de serem moralmente responsáveis por uma tragédia que, a manter-se o clima de crispação que se vive, acabará, inevitavelmente, por acontecer.

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