quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O PRESIDENTE



As declarações de Cavaco Silva, a propósito de afirmações de dirigentes do PS e do alegado caso das escutas são, no mínimo, incompreensíveis.
Ao proferir aquele discurso, o presidente decidiu tornar público o seu conflito com o primeiro-ministro, e com o partido que acaba de ganhar as eleições, o que não dignifica, em nada, o cargo que exerce.
Que a cooperação institucional, entre Cavaco e Sócrates, tinha deixado de existir, há muito que se sabia. Mas imaginar que o presidente pudesse vir expor, publicamente, a conflitualidade entre eles, era, a meu ver, inimaginável.
O mínimo que se exige de governantes responsáveis, mesmo quando as suas relações pessoais não são as melhores, é que salvaguardem as aparências.
Foi o que fizeram presidentes como Ramalho Eanes e Mário Soares, apesar de se saber que não existia um bom relacionamento com Soares e Cavaco, enquanto chefes do governo.
Cavaco ultrapassou todos os limites, ao transformar divergências pessoais num conflito institucional, criticando, acusando, mas não esclarecendo nada.
Enfim, uma tristeza...


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