segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DITOS E MEXERICOS, DIPLOMÁTICOS


A divulgação dos conteúdos de telegramas diplomáticos, pela Wikileaks, tem sido o centro das atenções mediáticas e causado diversos embaraços.
Mas mais do que comentar a decisão de Julian Assange, penso que importa reflectir sobre as consequências da sua atitude, que tem merecido os mais diversos comentários na comunicação social e deixou diversas diplomacias ocidentais em polvorosa.
Na verdade, e a menos que me tenha escapado alguma notícia verdadeiramente importante, aparte umas quantas considerações menos abonatórias acerca de alguns lideres mundiais, o conteúdo dos telegramas não contém nada de verdadeiramente importante, ou comprometedor, no que respeita à actividade diplomática dos EUA.
E quem esperava grandes divulgações, em matéria de segurança e espionagem, tem motivos para ficar decepcionado, digo eu.
Até no que respeita ás considerações menos abonatórias sobre alguns lideres europeus, não se pode dizer que existam grandes novidades, já que o conteúdo dos telegramas se limita a reflectir o que pensa a grande maioria dos cidadãos sobre os sujeitos.
Ou será que, para dar apenas um exemplo, depois de tudo a que temos assistido, alguém discorda da falta de criatividade da senhora Merkel e da sua incapacidade para decidir, rápida e adequadamente, em momentos de crise?
Porque se trata de telegramas diplomáticos, atrevo-me a dizer que, o mais chocante, pelo menos para muitos portugueses, terá sido o facto de a linguagem utilizada ter muito pouco que ver com os punhos de renda que associamos, por norma, aos diplomatas. Mas quanto ao resto, nada de anormal.
Em termos de importância, tudo leva a crer que a montanha pariu um rato e aquilo que o Wikileaks publicou, e continuará a publicar, não passa de ditos e mexericos, diplomáticos...

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