A imagem acima, símbolo da Justiça, só poderia ser reproduzida em ponto pequeno, quando aplicada ao sistema de justiça português.
Não tanto pelo modo como não são resolvidos alguns processos mediáticos, mas pelo tempo que demora a obtenção de uma sentença, pelas suspeitas de promiscuidade entre políticos, funcionários, e magistrados judiciais, pelas fugas de informação...
E são essas fugas de informação, tão frequentes no nosso país, que motivam este meu escrito.
Recebi, ontem, via "e-mail", cópia da transcrição das conversas entre Armando Vara e José Sócrates, que, ao que julgo saber, a Procuradoria Geral da República teria mandado destruir...
A transcrição está feita em papel timbrado dos Serviços do Ministério Público, da Comarca do Baixo Vouga, sediados na P Marquês de Pombal, em Aveiro...
Não me parecendo correcto referir-me ao seu conteúdo, não posso deixar de notar que, afinal, talvez não fosse mau que, o mesmo, tivesse sido tornado público, oficialmente, na medida em que seria um importante contributo para o esclarecimento do que foi o debate político sobre as escutas, e a "asfixia democrática", durante o processo eleitoral...
Mas o motivo deste meu comentário é outro, relacionado com o modo como estes documentos, supostamente confidenciais, surgiram a circular na internet.
Como pode um cidadão acreditar na preservação do segredo de justiça, quando se publicam documentos confidenciais, envolvendo conversas telefónicas do primeiro-ministro ?
O que fez o Ministério Público para identificar o autor, ou autores, desta fuga de informação ?
Que garantias temos nós, cidadãos, de que os serviços do Ministério Público não estão, afinal, ao serviço de interesses políticos ?
Enquanto Portugal não resolver os problemas relacionados com a sua Justiça será impossível a transformação, para melhor, da sociedade portuguesa.
Só com uma Justiça rápida, eficaz e independente, será possível fazer avançar outros sectores da sociedade portuguesa, em particular a economia. Mas embora isso não seja uma novidade, para ninguém, poucos parecem interessados em alterar o "Statu quo"...
Como diria Millôr Fernandes, "O problema é que o crime é perto. E a justiça mora longe."...
PS: Posteriormente á publicação deste "post", tive conhecimento, através da leitura do jornal i, na internet, que o documento que está a circular, na internet, é falso.
Mantendo tudo o que escrevi, resta-me perguntar se a Procuradoria vai mandar investigar a origem desta falsidade ?
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