Tenho sido contactado por alguns benfiquistas, para conhecerem a minha opinião quanto á integração da Benfica Estádio na Benfica SAD.
Num "post" que escrevi, neste blogue, no dia 23 de Maio, sob o título "A BENFICA ESTÁDIO E A SAD", penso ter sido suficientemente explícito quanto aos motivos que me levam a não apoiar a realização dessa operação.
Sempre defendi que se deveria analisar todo o processo que conduziu á constituição da SAD, para se reavaliarem, se necessário, os fluxos financeiros ocorridos entre as sociedades detidas pelo Benfica, e entre estas e o Clube.
E tenho dificuldade em aceitar que, tendo a SAD sido criada com património do Clube, e sendo uma sociedade cotada em bolsa, com accionistas cujos interesses não são, necessariamente, os mesmos que os do Benfica, se valorize a empresa, em detrimento do Clube.
Tanto mais que o Clube entrega, anualmente, á SAD, 90% das quotizações, o que significa que são os sócios do Benfica quem está a contribuir para a valorização do património dos outros accionistas...
Quando a SAD foi constituída, ficou com os activos, e o Benfica com as dívidas, mas nem por isso foi capaz de gerar fundos que lhe permitissem tornar-se, financeiramente, independente...
Se a Benfica SAD, beneficiando de todo o património futebolístico, da marca Benfica, da utilização dos direitos de imagem, e de "marketing", e da quase totalidade das quotizações, não consegue criar valor para o Clube, para que serve, afinal ?Ao aceitarem transferir o último activo do Benfica, verdadeiramente valioso, e a manter-se a política dos últimos anos, os benfiquistas estão, implícitamente, a aceitar que um qualquer investidor privado possa vir a controlar a SAD, pela via de futuros aumentos de capital, que o Clube não terá condições de acompanhar.
Sei que existem benfiquistas que defendem essa posição, que eu respeito, só que não é a minha.
E continuo a defender que, um assunto desta importância deveria ser debatido, com os sócios do Clube, antes de ser apresentada, á Assembleia Geral, uma proposta, para votação.
Mas os sócios do Benfica são soberanos, e resta-me desejar que, seja qual for a decisão que tomarem, não venham a arrepender-se, como aconteceu num passado não muito distante...
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