Mesmo tratando-se de uma figura engraçada, confesso que nunca gostei do Calimero, pela sua atitude conformista, expressa na célebre frase "ninguém me ama, ninguém me quer", e custa-me muito ver os dirigentes do meu Clube fazerem o papel do "patinho feio".
Vem isto a propósito da falhada contratação de Falcão e das declarações de Rui Costa, relativamente ao interesse do FCPorto no jogador. Soam a desculpa de mau pagador e ninguém acredita que, se o Benfica estivesse de boa saúde financeira, não faria tudo para evitar que ele fosse parar ao Porto. O contrário é que seria de estranhar.
Afinal, a essência da rivalidade desportiva é essa mesmo, e a menos que tenham havido comportamentos éticamente reprováveis, que desconheço, o Porto não fez mais do que defender os seus interesses, tal como o Benfica faria, em situação inversa.
O que é importante, a meu ver, é que os dirigentes do Benfica reconheçam que esta situação não é virgem, pelo contrário, sendo preocupante a incapacidade manifestada para guardar segredo até á conclusão do negócio, como tem sido frequente.
A "blindagem" de que Vieira sempre fala, está longe de ter sido conseguida, apesar de ele estar a iniciar um terceiro mandato, e se as decisões são tomadas por um número restrito de pessoas, não deve ser difícil identificar a proveniência das fugas de informação.
A menos que seja o próprio presidente a dar essas informações, e aí não há nada a fazer...
Mas este mesmo espírito calimero estende-se a outras áreas, como ficou demonstrado quando da recusa, por parte da assembleia geral da Liga, da proposta de limitação do número jogadores, do mesmo escalão, que um clube pode emprestar a outro.
Como é natural, o FCPorto defende a inexistência de limites, já que se trata do clube que mais jogadores tem para emprestar, assim como o Benfica, se fosse ao contrário, defenderia igual posição. Pode não ser o que melhor serve os interesses do futebol português, mas a posição é compreensível.
Ao Benfica cabe continuar a bater-se por aquilo em que acredita, apresentando as propostas que, em seu entender, melhor servem os interesses do futebol nacional, sem taticismos e de forma clara, procurando obter o apoio dos restantes clubes, para a sua aprovação.
É preciso que o Benfica assuma, com clareza, as transformações que gostaria de ver consagradas, em matéria de quadro competitivo, das relações entre os clubes, da arbitragem, da Federação e da Liga. E que o faça de forma clara, integrada, e não através de propostas avulsas. Como também é preciso que consiga, pela via do diálogo, convencer os seus parceiros na Liga de que as suas propostas são as que melhor servem os interesses do futebol português.
É tempo de os dirigentes do Benfica entenderem que, as posições, isoladas, de "paladino da Justiça", não produzem qualquer efeito, a não ser para consumo interno, e que uma verdadeira transformação, no futebol nacional, requer o apoio de uma maioria, qualificada, de clubes.
E é tempo de de começarem a agir nesse sentido, sem "lamechices", mas também sem arrogância, de forma frontal e transparente, pois só assim conseguirão os apoios necessários à mudança, que já tarda...
Pois é, o Benfica continua sem conseguir negociar um jogador que seja sem que o negócio não seja logo publicitado em tudo o que é comunicação social, há ali um "garganta funda" que urge desvendar ... depois, bem, depois é o fraco poder negocial do Benfica, sempre que em confronto directo com o fcp, sabemos o lado que os jogadores hoje em dia optam, dizer depois que afinal não o queremos e que já não presta, faz-me lembrar a fábula da raposa e das uvas ...
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