terça-feira, 25 de agosto de 2009

EDUCAR...



Segundo os resultados anunciados pela Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, no ano lectivo 2008/9, as taxas de insucesso e de abandono escolar foram reduzidas para cerca de metade.
Por outro lado, ficámos a saber que as notas negativas, a Matemática, nos exames do 12º ano, duplicaram, enquanto no 9º ano se registaram melhorias no Português e descidas na Matemática.
Nem mesmo os mais críticos poderão deixar de reconhecer que, as notícias relativas ao insucesso e abandono escolar são muito positivas.
Já em matéria de resultados, como se verifica, as opiniões dividem-se, sendo certo que, o aumento dos "chumbos" a matemática pode ter sido consequência do aumento do grau de exigência, o que nem seria mau...
Já quanto á melhoria das notas a Português, o que desejo é que sejam o reflexo de uma melhor qualidade do ensino, e da aprendizagem...
Em Portugal, infelizmente, a Educação é, como em outras áreas, um enorme campo de batalha político, quando deveria ser uma área "neutral", com a procura dos melhores métodos, e práticas, a sobrepor-se ás politiquices, e á partidarite.
Infelizmente, estamos em presença de um sector onde a política, no pior sentido do termo, tem influência excessiva, tal como acontece na Saúde...
Trata-se de uma área delicada, na qual se confrontam vários interesses, alguns de ligitimidade duvidosa, supostamente com um objectivo comum, sendo de lamentar que os portugueses não tenham podido, ao mesmo tempo, conhecer o resultado da avaliação dos professores, que muito ajudaria, por certo, para a compreensão dos resultados divulgados...
É, no mínimo, bizarro, que os avaliadores dos alunos não queiram ver o seu trabalho avaliado, e já se percebeu que não querem, tanto mais que, muito do sucesso do ensino depende da qualidade dos professores.
Tenho bem presente que, enquanto aluno, tanto no liceu, como na universidade, a má qualidade de alguns professores foi directamente proporcional ás notas obtidas na disciplina e á qualidade da aprendizagem. E, "se bem me lembro", como diria o professor Vitorino Nemésio, essa era a opinião, generalizada, dos alunos do meu tempo...
Não me pronuncio sobre a qualidade dos programas, que mal conheço, acreditando que não será por aí que "o gato vai ás filhoses", mas sei, por exemplo, que o português que por aí se escreve,  e fala, é de péssima qualidade...
Mas mais do que falar de programas de ensino, de politiquices, da qualidade dos professores, da Ministra, ou do Governo, a opinião que, aqui, quero partilhar, prende-se com o papel da Escola na Educação.
Educar é muito mais do que transmitir conhecimento, por mais vasto, ou restrito, que ele seja. Educar é, atrevo-me a dizer, sobretudo, ensinar a pensar e a raciocinar, e talvez seja por isso que, globalmente, os resultados deixam a desejar, em disciplinas como a Matemática, a Física ou a Biologia.
A Escola do meu tempo transmitia muito conhecimento, mas não nos estimulava a pensar, a questionar, a aprender, no melhor sentido do termo.
Decorar as matérias para obter um resultado positivo num exame pode ser bom para as estatísticas, e, consequentemente, para os políticos, para os professores, para os pais e encarregados de educação, mas não é, seguramente, bom para os alunos.
Os meios tecnológicos colocados á nossa disposição permitirão, sempre, a um mau aluno, de qualquer disciplina, de um qualquer liceu, ou faculdade, obter o conhecimento que não adquiriu nos bancos da Escola, ou da Universidade, mas nunca o ensinarão a pensar.
Em época de eleições, seria bom que os nossos responsáveis, e os que se propôem ser, pelo sistema educativo pensassem nisso...

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