Cetra era o escudo usado pelos Lusitanos. Este é o meu cetra, para defesa das minhas opiniões e evitar que a memória se perca...
quinta-feira, 10 de junho de 2010
DIA DO POLECOJORNÊS-ML
Num momento em que voltou a discutir-se a questão dos feriados nacionais, eis que chega o 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Já foi feriado municipal, quando um decreto, de 12 de Outubro de 1910, estabeleceu os feriados nacionais e deixou aos municípios a escolha de um dia feriado, para fazerem a festa.
Lisboa escolheu Camões, já que a data é tida como a da morte do poeta.
Mas dizem as más línguas que a escolha também pode ter sido motivada pelo facto de o poeta ser zarolho e como "em terra de cegos, quem tem um olho é rei" a capital não hesitou. Mas vá lá saber-se...
Certo, certo, é que desde 1880 que os republicanos se serviam das homenagens ao poeta para afrontarem a monarquia e que o Dia de Camões acabaria por passar a ser festejado a nível nacional, ao que parece, por culpa da extensa cobertura que recebia da comunicação social...
Salazar, arguto, sem esquecer o poeta, passou a chamar-lhe Dia de Portugal, identificando-o com o Estado Novo, é claro, para lhe acrescentar, em 1944, a Raça, numa homenagem ás Forças Armadas, pelo seu papel nas guerras coloniais.
Estava criado o Dia de Camões, de Portugal e da Raça e assim ficou até 1978, data em que o regime saído da revolução do 25 de Abril de 1974 resolveu fazer umas adaptações.
Portugal passou a ocupar o primeiro lugar, até porque as colónias já eram coisa do passado, Camões manteve o estatuto e a Raça, então já em evidente declínio, deu lugar ás Comunidades Portuguesas, ou não fizessem as remessas dos emigrantes uma falta desgraçada ao equilíbrio das Contas Nacionais...
Passou a ser o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, aquele que hoje celebramos.
Não é que eu tenha alguma má vontade contra a designação, até porque, bem vistas as coisas, numa terra de cegos e ainda por cima em crise, faz sentido homenagear um zarolho e apelar ao patriotismo dos emigrantes, sobretudo daqueles que, ainda sem problemas oftalmológicos, escolhem outras paragens para desenvolverem o seu talento.
Mas já que estamos em maré de discutir os feriados, proponho que se discuta, também, a sua designação e atrevo-me a sugerir que o feriado do 10 de Junho passe a ser designado por DIA DO POLECOJORNÊS-ML.
Passo a explicar:
-POL, associa Portugal, a política e os políticos, fazendo a simbiose perfeita entre o País, os que o governaram, os que o governam e os que aspiram a governá-lo.
Sem esquecer, é claro, aqueles que, em seu nome, aproveitaram e aproveitam para se governarem. Mas isso são contas de outro rosário...
-ECO releva a importância da economia, dos economistas e daqueles que, mesmo sem terem formação específica, se aventuram pelos caminhos do PIB e da FBCF, qual Camões em mar revolto, tentando salvar o manuscrito dos Lusíadas, aventando opiniões e soluções para todos os gostos e opções, incluindo as politico-ideológicas...
Além de que dá um ar Verde, o que até está na moda e contribui para realçar a cor da Esperança, sempre a última a morrer, que integra a nossa bandeira.
-JORN é uma homenagem ao chamado "quarto poder", que em Portugal parece ser, frequentemente, o primeiro, assim se homenageando a comunicação social e os jornalistas, glorificando o relevante papel que desempenham ao serviço dos maiores interesses da nação e dos seus filhos dilectos, na maior das abrangências.
Cabe acrescentar que o J, porque maiúsculo, surge associado à Justiça, que é sempre conveniente não esquecer e sem a qual se tornaria impossível perceber o estado a que o País chegou.
Além de que à Justiça se deve muita da influência exercida pelo "quarto poder", naquela que é a sua busca permanente pela Verdade, sempre no estrito respeito pela Lei e pela Ética...
-ÊS é tudo o que tem a ver com o português, com a nossa língua.
Então e o ML, perguntar-me-ão, com toda a propriedade.
Bem, o ML significa Mundo Lusitano, mantendo-se, assim, a homenagem aos nossos emigrantes e ao dinheirinho que nos vão enviando, ao mesmo tempo que fica justificada a existência de deputados pelo círculo da emigração.
Verifico, agora, que me esqueci das forças armadas, o que não é muito conveniente quando se quer evitar instabilidade, mas como o texto está quase no fim e não me apetece começar tudo de novo, caso considerem que é imprescindível que se mantenham as paradas militares e as condecorações, proponho uma pequena adaptação:
POLEXCOJORNÊS-ML
É verdade que perverte o significado original da coisa, mas talvez soe melhor.
E como os militares gostam de se meter em tudo e esta coisa dos tanques e dos submarinos também tem a ver com a economia, se não gostarem da sugestão inicial, pode ficar assim mesmo.
Afinal, não deixa de continuar a ser uma solução bem portuguesa, pois mesmo não fazendo sentido nenhum, tem a vantagem de poder agradar a todos os interessados.
E uma boa celebração do Dia de Portugal tem que ter alguma dose de nacional-porreirismo, ou então é que a coisa não tinha mesmo gracinha nenhuma.
Aproveito para vos desejar um bom feriado, apesar desta irritante chuvinha...
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