Começo com uma declaração de interesse:
Sou agnóstico, em matéria de convicção religiosa, ainda que tenha sido educado segundo os princípios da religião católica, o que era absolutamente normal no meu tempo.
Talvez por isso me sinta á vontade para dizer que, considero incompreensível que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem tenha condenado o estado italiano por violação da liberdade religiosa.
Em causa estava a queixa de uma mãe italiana, pelo facto de a escola que a sua filha frequentava exibir um crucifixo na sala de aula, coisa que o governo italiano considerou natural, e o tribunal agora condenou.
Em Portugal, existe, desde 2005, uma lei que proíbe a exibição de símbolos religiosos nas escolas públicas, mas não é difícil imaginarmos que não esteja a ser cumprida, sobretudo nas escolas do interior do país, onde a presença da igreja católica é mais acentuada.
A minha geração estudou com o crucifixo na sala de aula, que se tornou uma tradição, e nem por isso nos tornámos católicos, apesar da existência de uma disciplina de Religião e Moral, de frequência obrigatória, essa sim, sem nenhum sentido.
A presença de um crucifixo, nas escolas públicas, pode não ser politicamente correcta, mas tenho a certeza que não faz mal a ninguém...
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