Dizia-me, há tempos, um amigo, que me acha teimoso, demasiado senhor da minha opinião, que falo demais, e acabo por pagar por isso...
A propósito de alguns acontecimentos, recentes, dei comigo a pensar nessa nossa conversa, não podendo deixar de reconhecer a razão que lhe assiste.
Na verdade, tenho os defeitos que esse amigo me apontou, e mais alguns, que, generosamente, não referiu, sendo que, agora, ao lembrar essa nossa conversa, dei comigo a pensar sobre o que é legítimo esperarmos de um amigo:
Que nos defenda, em público, e nos critique, em privado, ou o contrário ?
Que seja leal, honesto, frontal,e crítico, no melhor sentido do termo, ou que, pelo contrário, nos diga o que sabe que gostamos de ouvir, ainda que pense o contrário?
Sempre fico agradecido aos meus amigos, por todas as suas críticas, justas, mesmo quando não estou de acordo com elas.
Só que, aceitar as críticas é uma coisa, e agir em conformidade é outra, bem diferente, pelo que sei que vou continuar a ser falador, ás vezes demais, teimoso, e opinativo, sem receio de que as minhas opiniões possam desagradar, desde que esteja convicto da razão que me assiste.
Sei o que é ser bafejado pelo sucesso, e pelo insucesso, e aprendi, sempre, mais com este do que com aquele...
E como sou orgulhoso, raramente me arrependi do que fiz, nem mesmo das asneiras, que sei que irei continuar a fazer, neste processo de aprendizagem, permanente, que é a vida.
Numa introspecção, benevolente, direi que as minhas qualidades superam os meus defeitos, mas aceito que outros assim não pensem.
Afinal, como diz o ditado, "presunção e água benta, cada um toma a que quer..."
E eu tenho a presunção, e o orgulho, de ser escravo das minhas amizades, dispensando, contudo, todas as que se inspiram nos ares de Peniche...
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