Ontem foi dia de dentista. Um sofrimento...
Tenho a felicidade de ter um excelente dentista, sempre preocupado em minimizar a dor associada ao tratamento.
Só que não é possível evitar a dor ligada á injecção da anestesia, o momento mais difícil da minha visita.
Não é a broca, nem o som que produz, um "zeeeee...", que se transforma num enervante "zimmm...", que me atormenta, mas sim o momento da aplicação da anestesia.
O contacto da agulha com a gengiva, deixa-me sempre nervoso, e faço os possíveis por pensar em tudo, menos nisso, enquanto fecho os olhos e cerro as mãos contra o braço da cadeira.
Admito que possa ser absurdo, até porque a dor é, perfeitamente, suportável, mas é superior a mim...
Mas o motivo deste escrito, tem a ver com o que me aconteceu no fim da consulta, depois de uma hora e meia de boca aberta, quanto eu já respirava de alívio, e procurava assegurar-me de que a metade da boca anestesiada continuava no seu lugar...
O Dr Alexandre, surpreendentemente, virou-se para mim e atirou:
Perdoe-me o que lhe vou dizer, mas o seu comportamento durante a consulta, não é de homem, mas de mulher !
Estranhei, e perguntei:
Como assim, doutor ?
Ao que ele retorquiu:
É que vc tem um comportamento impecável. e suporta o tratamento sem reclamação ou queixume, coisa que os homens, em regra, não fazem.
As mulheres aguentam melhor a dor e são, em geral, as melhores pacientes, daí a minha afirmação.
Agradeci, enquanto levava a mão á parte da cara anestesiada...
Sorri, e fiquei a pensar que nunca o meu ego se sentira tão satisfeito por uma comparação com o sexo oposto.
E dirigi-me á farmácia, para comprar o analgésico que me receitou...
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