quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A MORTE...

Acordar com a notícia de uma morte é, sempre, uma péssima forma de começar o dia...
Foi o que me aconteceu esta manhã, com a notícia da morte do irmão da minha antiga secretária, a quem quero expressar, aqui, a minha solidariedade, e o meu sentido pesar, deixando-me, confesso, macambúzio para o resto do dia.
Enquanto aguardava notícias sobre a igreja para onde irá o corpo, não resisti a uma pequena reflexão...
Que a morte é a coisa mais natural da vida, todos sabemos, aliás, é mesmo a única coisa certa que temos nesta vida.
sendo, também, natural, que não nos queiramos separar dos nossos familiares, e amigos, não deixa de ser um egoísmo pretendermos prolongar a vida a quem está em sofrimento, por via de doença cuja cura não é possível.
A morte é, para todos aqueles cuja doença foi decretada como, clínicamente, incurável, e se encontram em acentuado estado de sofrimento, uma libertação.
Pelo que me parece razoável que alguém, em plena posse das suas faculdades, possa optar por não se sujeitar a esse sofrimento, autorizando a antecipação, clínica, da sua morte.
Ninguém tem o direito de exigir a um doente, em fase terminal, depois de a medicina se ter declarado incapaz de conseguir a cura, que aceite prolongar, artificialmente, a sua vida, ou sujeitar-se a tratamentos, que lhe causam um enorme sofrimento, apenas para se manter vivo, o maior tempo possível.
Se o amor exige sacrifícios, não será um acto de amor deixarmos partir aqueles a quem a vida já não reserva mais do que um perpétuo sofrimento ?
Sei que o tema é complexo, e fere a sensibilidade de muita gente, mas nem por isso deveria deixar de ser objecto de um sério debate...

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