“Daí o que não é vosso, prometei o que não tendes e perdoai a quem não vos errou”.
Foi nestes termos que Álvaro Pais, autor da intriga que levou á morte do Conde Andeiro, aconselhou o Mestre de Aviz, então ainda Regedor e Defensor do Reino, para que pudesse vir a tornar-se no futuro rei de Portugal, D. João I.
Felizmente que, essa intriga patriótica, como lhe chamou o cronista Fernão Lopes, resultou numa escolha acertada, como a história veio a comprovar, porque os princípios subjacentes ao conselho não auguravam nada de bom...
Quando se aproxima o fim de um longo ciclo eleitoral, com as eleições autárquicas do próximo domingo, não resisto a pensar nos muitos que seguem, á risca, o conselho de Álvaro Pais...
Aliás, devo confessar, creio que se trata de um princípio que, de há muito, extravasou a política, para fixar raízes em diversos domínios do nosso quotidiano...
Se é verdade que, naquele período histórico, os fins justificaram os meios, estou em crer que, nos dias de hoje, são muito poucos os casos em que isso acontece...
Aos políticos de hoje, seja qual for o cargo a que se candidatam, presidência, governo, parlamento, ou autarquias, deve exigir-se-lhes a mesma coragem na acção que demonstrou o Mestre de Aviz.
Mas os seguidores do conselho de Álvaro Pais merecem ser, severamente, penalizados.
Os portugueses, agradecem...
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