Inicialmente ligada á Igreja Católica, a TVI propunha-se fazer televisão de forma diferente, assumindo uma programação compatível com os valores cristãos.
Ironicamente, após várias vicissitudes e transformações accionistas, aquela que é hoje a principal estação televisiva portuguesa, em termos de audiências, está nas mãos dos nossos vizinhos espanhóis e no epicentro de uma virulenta crise política.
E o mínimo que se pode dizer, a propósito da polémica em torno da frustrada tentativa de aquisição de parte do capital da TVI pela PT, como integrante de um eventual plano concebido pelo primeiro ministro para controlar a comunicação social, e condicionar a liberdade de imprensa no país, é que nada tem de cristã, bem pelo contrário...
O papel desempenhado pela TVI e pelo seu tristemente célebre Jornal Nacional de Sexta-Feira, na campanha para denegrir a imagem do primeiro ministro José Sócrates, pode ter sido excelente para garantir o nível de audiências, mas não foi, certamente, inspirado no Catecismo da Igreja Católica.
Assim como não é crível que se deva a uma qualquer intervenção divina o facto de uma investigação no âmbito de um processo, curiosamente designado "Face Oculta", inicialmente ligado á venda de sucata, se tenha transformado, com o empenhamento de vários sucateiros, num vergonhoso exemplo de promiscuidade entre política, justiça e jornalismo...
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