Desde a passada quarta-feira que Portugal está na boca do mundo, pelos piores motivos.
Para alguns, a culpa é do comissário Joaquin Almunia, ao colocar no mesmo plano a Grécia, Portugal e Espanha, para outros a culpa é do governo, que deixou chegar o deficit a 9,3%, e há até quem culpe as agências de "rating" pela sua insensibilidade face á situação portuguesa.
Pelo meio, um desnecessário confronto acerca da revisão da Lei das Finanças Regionais, num confronto que em nada dignifica a nossa classe política.
A juntar a tudo isto surge, agora, uma nova divulgação de escutas, do processo "Face Oculta", colocando o primeiro ministro, e o partido que o apoia, em sérias dificuldades...
Como português, não posso deixar de me interrogar até onde estão os partidos dispostos a chegar, antes de perceberem que a situação é grave, e não se compadece com jogos de poder, por mais legítimos que possam parecer.
Tive a possibilidade de acompanhar a CNBC nestes últimos dias, e verifiquei as consequências internacionais de toda esta trapalhada, a que os políticos portugueses têm obrigação de colocar um ponto final, o mais rapidamente possível.
Que o deficit é enorme, todos sabemos, mas não é menos verdade que todos estiveram de acordo quanto á necessidade de lançar dinheiro na economia, para fazer face á crise, á semelhança do que aconteceu com todos os países do mundo. Até os partidos da oposição !
Espero, para ver, o que vai suceder com a aprovação do Orçamento Geral do Estado, e com o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), mas tenho para mim que a conflitualidade actual não augura nada de bom...
Realço, por justiça, a posição do Presidente da República, a quem se devem as recomendações do Conselho de Estado, bem como as declarações, claras, quanto ás diferenças entre a situação da finanças públicas portuguesas e a de outros congéneres europeus.
No meio de tudo isto, o presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, continua a brincar á política, na certeza de que continuará a gastar o que não tem, á custa do orçamento...
Atrevo-me a prever que a política pura e dura continuará, infelizmente, a dominar a actualidade portuguesa, e o novo caso da escutas dominará a discussão política em Portugal, durante as próximas semanas...
Como se os mercados internacionais não estivessem atentos ao que acontece neste cantinho á beira mar plantado...
Enquanto isso, foi encontrada uma base da ETA em Portugal, com cerca de meia tonelada de material explosivo.
Que me perdoem esta analogia, mas será que são necessários "explosivos" estrangeiros para pôr fim a esta situação, insustentável ?
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