sábado, 16 de julho de 2011

TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS


O presidente Obama veio esclarecer os seus compatriotas, reconhecidamente ignorantes em matéria de geografia, e de tudo o que se passa para além das fronteiras dos Estados Unidos, que o seu país não é a Grécia, nem Portugal.
Os nossos políticos, que já haviam clamado que Portugal não era a Grécia, nem a Irlanda, ficaram, agora, a saber, que também não somos os Estados Unidos. Obrigado, presidente.
Por sua vez, os nossos vizinhos espanhóis, trataram de livrar-se dessa coisa do Iberismo, que a tantos parecia agradar em período de expansão, e desdobram-se em esforços para explicarem que a Espanha não é Portugal. Como se a rapaziada não tivesse aprendido, na escola, o trabalho que nos deu para conservarmos a nossa independência...
Mas enfim, o que importa reter de tudo isto é que, quando a coisa azeda, nada como cada país pôr as barbas de molho e fazer os possíveis por se demarcar dos que estão em sarilhos. Mesmo que isso signifique ajudar a enterrar, ainda mais, o parceiro...
Que somos todos diferentes, como países, é coisa que a maior parte de nós aprendeu no tempo da falecida "quarta classe": diferentes povos, diferentes culturas, diferentes economias e orografias, enfim, países diferentes.
O problema é que, quando se trata de endividamento excessivo, ou de outros agregados macro-económicos, essas diferenças de pouco, ou nada, valem, sobretudo perante os especuladores, e, porque não, as agências de "rating", cujo trabalho é, crescentemente, destinado a servir os interesses específicos de quem lhes paga.
E como, entre outros, o Euro também é um dos alvos desta crise, de nada adianta esquecer os objectivos que presidiram à criação da União Europeia, mandar a solidariedade às malvas e tratar de "enterrar", antecipadamente, o "parceiro" enfraquecido.
Apesar das diferenças, os indicadores económicos e financeiros são todos iguais, e os especuladores sabem disso.
A Itália, a Espanha, a Bélgica e a França que o digam...

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