segunda-feira, 17 de maio de 2010

O ESTADISTA LULA DA SILVA

Apesar da sua enorme popularidade e do excelente trabalho realizado, ainda são muitos os brasileiros que antipatizam com Lula da Silva.
Alguns não lhe perdoam o seu passado sindicalista, outros criticam-lhe o modo demasiado descontraído e falta de pose protocolar, muitos não esquecem o facto de ser oriundo do PT...
Mais popular no estrangeiro do que no seu país, Lula da Silva não se contenta em deixar marca na política interna, antes se empenhando para que o Brasil assuma importância crescente na política internacional.
Sob o governo Lula, o Brasil assistiu a uma substancial redução do número de famílias em estado de pobreza, ao reforço da classe média, ao equilíbrio das suas contas externas, à afirmação como principal potência da América do Sul, tornando-se na oitava economia mundial.
Claro que existe muita coisa por fazer, num país com dimensão continental, em matéria social, de segurança e combate à corrupção, e os seus críticos não perdem uma oportunidade para o lembrar, mas o presidente Lula ficará na história como um dos grandes presidentes brasileiros.
Com o aproximar do final do seu mandato, têm-se intensificado os esforços do presidente para afirmar o Brasil na cena internacional.
É neste contexto que deve ser olhada a antecipação da sua ida a Teerão, para participar num encontro das 17 economias emergentes no mundo, visando usar a sua magistratura de influência para convencer o presidente do Irão a aceitar um acordo sobre o programa nuclear do país, evitando a aplicação de sanções económicas, como pretendem os Estados Unidos.
Perante a desconfiança americana e inúmeras críticas, internas e externas, a esta iniciativa, o presidente Lula, pragmático, assume-se como interlocutor privilegiado do Irão e afirma a sua capacidade de mediação, enquanto aproveita para reforçar as relações bilaterais e colocar o Brasil em vantagem, em futuras eventuais privatizações no sector petrolífero iraniano.
Vale lembrar que o Brasil é membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU , pelo que o sucesso desta iniciativa poderá ser um importante contributo para a sua passagem a membro permanente, como é vontade do presidente.
E não deixa de ser curioso que José Sócrates tenha vindo afirmar o apoio a uma possível candidatura do presidente Lula à liderança da ONU, precisamente no momento em que a sua magistratura de influência é alvo de críticas, internas e externas.
Como português, é com enorme satisfação que vejo a crescente afirmação do Brasil no mundo e desejo ao presidente Lula o maior sucesso.
E quando se aproxima o final do seu mandato, apetece-me citar um ditado popular português:
"Atrás de mim virá, quem de mim bom fará..."

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