sexta-feira, 15 de abril de 2011

AMIZADE, E DIFERENÇAS DE OPINIÃO


Decerto que, todos os que me concedem o privilégio de ler os meus escritos, já notaram que a política tem ocupado, nos últimos tempos, um lugar de destaque, contra o que é meu hábito.
Sucede que, os acontecimentos recentes, em Portugal, tornaram quase obrigatório que assim fosse, por imperativo de consciência.
Curiosamente, tenho recebido, decerto que com as melhores intenções, alguns reparos, e recomendações, de amigos, incentivando-me a abandonar o tema, sempre com o mesmo argumento:
- Eh pá, não faças isso, não ganhas nada, a não ser inimizades. Ainda por cima pões-te a defender o Sócrates, que está na mó de baixo, e isso não é bem visto junto daqueles que virão a ser Governo.
A todos, sem excepção, respondo do mesmo modo:
Agradecendo o conselho, que registo, mas deixando claro que não é da minha natureza deixar de dizer, ou escrever, o que penso, com receio de poder merecer a discordância, e a crítica, de quem quer que seja.
Até porque nunca compreendi, nem compreendo, que se criem inimizades com base em diferenças de opinião, embora não ignorando que tal acontece, pelo que nada mais posso fazer do que lamentar que assim seja.
Quando escrevo a defender Sócrates, e o seu Governo, faço-o com a convicção de quem pensa ter razão, embora sabendo que muitos não concordam comigo, sempre de forma cordata, e sem ofender quem quer que seja.
Do mesmo modo que, quando falo de algum excesso de autoritarismo de Sócrates, ou de alguma falta de humildade nos seus comportamentos, tenho consciência de que a minha opinião não é partilhada por muitos dos seus seguidores.
Mas respeito as opiniões de todos, e exijo que respeitem as minhas, desde que expressas com a civilidade exigida ás pessoas de bem, sabendo que alguns dos princípios que defendo têm adversários, que me recuso a olhar como inimigos.
Infelizmente, na política, como no futebol, existem demasiados exemplos de radicalização de atitudes, e comportamentos, que sempre considerei inaceitáveis, e tenho procurado combater, ainda que sem grande sucesso.
Mas não tenciono deixar de ser quem sou, para agradar a quem quer que seja, e muito menos com o intuito de poder vir a beneficiar de eventuais favores, que nunca procurei, nem desejo.
Quero poder debater, livremente, e sem quaisquer constrangimentos, política, futebol, economia, religião, ou qualquer outro tema, tendo sempre presente que a linha liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros.
Orgulho-me de poder contar, entre os meus amigos, com pessoas que têm, em diversos domínios, opiniões diferentes das minhas, mas cujo carácter, generosidade, e integridade, cimenta uma relação indestrutível.
A todos os que me expressaram a sua preocupação, deixo o meu renovado agradecimento.
Aos que ficam desagradados com o que escrevo, respondo que estão no seu direito, mas que é no livre debate das ideias, e no respeito mútuo, que encontraremos os alicerces para nos tornamos melhores cidadãos.
Aos que partilham ideias próximas das minhas, deixo a garantia de continuar a escrever, fiel aos meus princípios e convicções.
Nunca serei capaz de considerar alguém como inimigo, com base em diferenças de opinião, mas se alguém assim me considerar, por discordar daquilo que escrevo, pode dar por adquirida a certeza de que nunca poderá vir a ser meu amigo.

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