sábado, 5 de fevereiro de 2011

ATÉ SEMPRE, MÁRIO


O teu genro, o João Vicente Ribeiro, acabou de me informar, Amigo.
Decidiste, Mário Nunes da Silva, fazer a viagem que todos temos reservada, sem me dares tempo para me despedir.
Estou muito mais pobre!
Mas eu sei que não morreste. Tu és daqueles que nunca morrem, tal como o nosso querido Gualter Basílio, com quem te imagino, agora, recordando aquelas famosas histórias da Constituinte, que tantos momentos de boa disposição nos proporcionaram.
A tua partida é, para mim, apenas mais um pequeno interregno, até ao nosso próximo encontro, como várias vezes sucedeu, ao longo das nossas vidas.
As lágrimas que deixei cair, inadvertidamente, ao receber a notícia, e agora que te escrevo estas linhas, são o espelho de tudo o que me vai na alma e que não sou capaz de descrever.
Tu, como eu, sabemos que, ao contrário dos que nos foi dito, tantas vezes, ao longo da nossa juventude, não é feio um homem chorar, e tantas foram as situações em que chorámos juntos, de alegria e de tristeza.
Como naquela primeira campanha eleitoral, em liberdade, para a Assembleia Contituinte, e a madrugada, de 24 para 25 de Abril, de 1975, esperando, ansiosamente, o momento da abertura das urnas, que viria a constituir um importante marco nas nossas vidas. Um dia inesquecível para nós, e para o nosso querido José Magalhães Godinho, que também nos deixou demasiado cedo...
Foi nessas batalhas que nos conhecemos, e foram elas que consolidaram a nossa Amizade.
Com a tua partida, amigo, o GRES nunca mais será o mesmo. Não só porque eras, e serás, o seu eterno presidente, mas porque tenho dificuldade em conceber as reuniões do grupo da Constituinte, sem a tua presença, e a do Gualter.
Resta-me o privilégio de guardar as actas, daqueles que foram momentos maravilhosos, na companhia de verdadeiros Amigos.
Tanta coisa que eu gostava de te dizer, meu querido Mário, mas, confesso, tenho dificuldade em articular as ideias, e a escrita.
Até sempre, querido Amigo, com um abraço do tamanho do mundo. Os Homens, como tu, nunca morrem!

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