segunda-feira, 21 de março de 2011

EM LUANDA


Diz o ditado popular que, "quem corre por gosto, não cansa", mas eu atrevo-me a dizer que nem sempre é assim.
Depois de um intenso período de viagens, não só estou cansado, como as minhas hérnias começaram a dar sinais, evidentes, de que as viagens não matam, mas moem. E eu gosto de viajar, mesmo quando o faço por obrigação.
E porque falo de viagens, devo dizer que esperava mais da minha recente visita a Angola.
Há cerca de 4 anos que não visitava Luanda, e devo dizer que, o progresso conseguido, ao longo deste período, ficou aquém das minhas expectativas.
Claro que o aeroporto não parece o mesmo, a organização do CAN a isso obrigou, que a marginal, ao longo da baía, a caminho da ilha, melhorou bastante com as obras, que continuam, como se vê na foto, que existem vários edifícios, lojas e restaurantes, novos, mas fiquei com a sensação de que não se progrediu muito mais...
O estado das ruas, em geral, é praticamente o mesmo, ou seja, péssimo, o problema dos esgotos está muito longe de ser resolvido, e o trânsito continua caótico.
Luanda era, e continua a ser, uma cidade caríssima, as pessoas parecem viver com mais dificuldades, e verifiquei um menor optimismo, relativamente ao futuro, em comparação com a minha última visita, a avaliar pelas conversas que tive com alguns empresários.
Fiquei, também, com a sensação de que muitos trabalhadores portugueses estão a viver uma enorme decepção, ao verificarem que a realidade com que se confrontam está muito distante do sonho que os fez emigrar...
Mas, enfim, assim é a vida, e gostei de voltar a Luanda, de poder voltar a observar a evolução do país, e de ter a oportunidade de rever alguns amigos, a quem quero agradecer a forma como me receberam.

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