José Sócrates afirmou, em Leiria, que "é possível fazer um comício sem dizer mal de ninguém".
É um conceito interessante, apesar de nenhum dos partidos poder dizer que esteve, ou está, imune a essa tentação, como se pode verificar pelas declarações dos dirigentes partidários de todos os quadrantes.
Reconhecendo que existe uma enorme diferença entre criticar, o que é saudável, sobretudo se a crítica for construtiva, e dizer mal, o que é lamentável, tenho de admitir que o portugueses são muito mais dados á maledicência.
Seja do vizinho, do colega, do patrão e, porque não dizê-lo, muitas vezes até do amigo, o que o português se pela por fazer é um bocadinho de má-língua...
Quem já não se defrontou com situações em que, amigos, ou conhecidos, vêm dizer, com ar grave:
-Eu não sei se é verdade, mas disseram-me que, fulano de tal...
-Fulano de tal é..., não sei se é verdade, mas estou a vender pelo preço que comprei...
-Ouvi dizer que fulano/a é...
-Constou-me que fulano/a é...
E por aí fora...
Isto sem falar daqueles que, sem sequer conhecerem as pessoas a quem se referem, não hesitam em fazer juízos de valor sobre a sua personalidade, e carácter...
O boato e a má-língua fazem, infelizmente, parte do nosso quotidiano, e não parecem ser muitos aqueles que se preocupam com isso, bem pelo contrário...
Foi por isso que achei interessante a afirmação de José Sócrates, que, ao que li, chamava a atenção da juventude para este facto.
Penso que fez bem, embora, como digo, essa tentação tão portuguesa também seja apanágio de muitos dirigentes do Partido Socialista, como de dirigentes de todos os outros partidos.
Num momento em que a educação assumiu papel relevante no debate político, ensinar os nossos jovens a evitar a mentira, o boato, a calúnia, e a maledicência, parece-me um bom princípio.
E já agora, nunca é tarde para os adultos aprenderem...
É verdade: os portugueses gostam de dizer mal de tudo e de todos e no "tribunal" privado de cada um, passam todos...menos nós!!! Um abraço Graça
ResponderEliminar