segunda-feira, 5 de setembro de 2011

HISTÓRIA DE UM EMBUSTE BEM PROGRAMADO...


Vamos por partes:
- Os governos de José Sócrates não tiveram os cuidados devidos com a divida pública e a evolução do deficit;
- A crise internacional, que eclodiu em 2007 veio agravar, substancialmente, os desequilíbrios da economia portuguesa.
Dito isto, vejamos a evolução, cronológica, dos acontecimentos, a partir da apresentação do chamado PEC4:
- Governo Sócrates anuncia agravamento dos impostos e reduções nas prestações sociais, no âmbito do chamado PEC4, para o qual obteve o acordo, prévio, da União Europeia;
- Oposição considera inadmissível o aumento da carga fiscal, nomeadamente PSD e CDS, indicando que a solução passava pela redução da despesa pública. PSD e CDS chegaram a avançar que tinham soluções para a redução da despesa pública em mais de mil milhões de Euros;
- PEC4 é chumbado e Sócrates apresenta a demissão;
- Portugal solicita auxílio financeiro à União Europeia e ao FMI,
- Passos Coelho, tal como Paulo Portas, em campanha, reiteram estar contra o aumento dos impostos e das prestações sociais, apostando na redução das "gorduras" do Estado;
- A troika chega a Portugal, para avaliar a situação do País, e depois de reunir com os responsáveis dos principais partidos políticos, apresenta um programa para os próximos 3 anos;
- PSD faz da redução da TSU o principal cavalo de batalha da sua campanha eleitoral e reitera que a solução dos problemas do País passa pela redução da despesa pública;
- PSD ganha as eleições e forma governo, maioritário, com o CDS;
- Governo anuncia congelamento dos salários da função pública, e um imposto extraordinário correspondente a 50% do 13º mês, mas esclarece que o esforço financeiro a realizar será de 1/3 em impostos e 2/3 em cortes na despesa pública;
- Governo anuncia aumento do IVA sobre a factura de electricidade e dos passes sociais;
- Governo anuncia agravamento da taxa de IRS e cortes na deduções fiscais.
Muito mais se poderia dizer, sobretudo se tivermos em atenção os aumentos já anunciados, mas penso que, o que escrevi chega, para justificar a minha conclusão.
Quando reuniu com a troika, o PSD ficou a saber, se é que não conhecia, o estado das contas públicas portuguesas, com excepção do "buraco" da Madeira.
Apesar disso, insistiu em fazer uma campanha em que nunca falou do aumento de impostos, ou da redução das prestações sociais, e deduções fiscais.
Muito menos revelou a intenção, apenas anunciada após a eleição, de tomar medidas que excedem as exigências da troika.
Deste modo, parece legítimo concluir, sem correr o risco de ser injusto, que a vitória eleitoral do PSD se ficou a dever, em muito, a um embuste bem programado...

sábado, 3 de setembro de 2011

PORTUGAL GANHA, MAS NÃO CONVENCE


A selecção portuguesa venceu a de Chipre, por 4-0, mas a exibição foi muito pobre, ao contrário do que o resultado faz supor.
Três dos golos surgiram nos últimos  10 minutos do encontro, apesar de Chipre ter estado em inferioridade numérica durante cerca de uma hora.
De tudo o que se passou, apenas quero realçar que não consigo entender como é possível falar da selecção de Chipre como se fosse uma selecção de topo e tratar esta vitória, que era uma obrigação da equipa, como se de um grande feito se tratasse.
Enfim, coisas da bola e do jornalismo nacional...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DESTA VEZ FOI RICARDO DE CARVALHO...


De tempos a tempos, rebenta uma "bronca" na selecção.
Desta vez foi Ricardo de Carvalho que resolveu bater com a porta, criando mais uma situação embaraçosa, para todos os intervenientes.
Surpreendente, apenas o facto de o incidente ter ocorrido com Ricardo de Carvalho, um jogador de quem poucos esperariam um comportamento menos correcto, atento o seu passado como futebolista profissional.
Mas enquanto for possível que os actos de indisciplina fiquem impunes, como sucedeu na África do Sul, com Deco e Cristiano Ronaldo, nada disto nos deve espantar...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

REDUÇÃO DA DESPESA PÚBLICA: QUE MEDIDAS?


Foi apresentado, pelo Governo, o documento de estratégia orçamental.
Garantia de mais impostos e muita imprecisão, relativamente ás medidas para redução da despesa pública.
Aparentemente, vamos ter que esperar pela apresentação do Orçamento para 2012, para ficarmos a conhecer as medidas que o Governo afirmou poder anunciar até ao final do mês de Agosto.
Para quem dizia estar preparado para governar e saber, perfeitamente, onde cortar, na despesa pública, o resultado não é muito animador...