sexta-feira, 27 de agosto de 2010

RIMANDO...


Diz o povo, na sua imensa sabedoria, que de poeta e louco, todos temos um pouco.
E apesar de também dizer que toda a regra tem excepção, seguramente que não serei eu a excepção a essa regra.
Talvez por isso, em alguns momentos de loucura dá-me para escrever versos.
De loucura, só pode ser loucura, porque não sou poeta e escrever sabendo que ninguém vai ler só encontra paralelo na expressão popular "trabalhar para o boneco".
Bem sei que não é trabalho, é lazer, e talvez que a expressão correcta fosse "lazerar para o boneco", só que não me parece que exista tal expressão.
Mas como o momento é, supostamente, dedicado à poesia, e em verso tudo é permitido, ou quase, aqui vos deixo o produto de mais um momento de loucura, sem mais delongas, ou comentários.

EM VERSO

Não escrevia
Olhava
Mas não a via
Sorria
Num sorriso aberto
Decerto
Era a melodia
Atento
Escutava a poesia
Dançava
Numa fantasia
Consigo
Sem ter companhia
Cantava
Nem a letra sabia
Gostava
Dessa bizarria
Rimava
Quando não podia
Por perto
Ninguém o ouvia
Rezava
Só ele sabia
Gostava
Não compreendia
A vida
Essa alegoria
E já não lia
Não cantava
Não dançava
Apenas escrevia
E sorria…

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O GÉNIO...E AS MULHERES


Num período em que somos, quotidianamente, confrontados com desgraças de diversa natureza, o riso e o sorriso são essenciais para a preservação da nossa sanidade mental.
A anedota que reproduzo, abaixo, foi-me enviada por uma mulher, o que evidencia um sentido de humor pouco comum.
Na sociedade dos nossos dias, em que as desgraças são "a notícia" e parece acentuar-se a tendência para levarmos tudo demasiado a sério, um pouco de boa disposição não só não faz mal nenhum, como ajuda a enfrentar os problemas do quotidiano.
No caso vertente, e se for mulher, não leve a coisa demasiado a sério.
Aproveite, brinque com o assunto e vingue-se contando aquela anedota, horrível, acerca do sexo masculino.

Pedido Difícil

Um homem caminhava pela praia e tropeçou numa velha lâmpada.
Esfregou-a e um Génio saltou lá de dentro:
- Ok você libertou-me da lâmpada, bla, bla, bla; esqueça aquela historia dos três desejos, porque você apenas tem direito a um. Escolha!
O homem pensou por um instante e disse:
Eu sempre quis ir ao Arquipélago de Fernando de Noronha , mas tenho medo de voar.
De navio costumo ficar enjoado. Você poderia construir uma ponte até Fernando de Noronha para que eu pudesse ir de carro?
O Génio riu:
- Impossível! Já imaginou a logística que seria necessária?
São ilhas oceânicas, afastadas da costa. Como é que as colunas de sustentação poderiam chegar ao fundo do Atlântico?
Pense na quantidade de betão armado, de aço, de mão-de-obra...
Não, de maneira nenhuma! A ponte não pode ser! Faça um pedido mais razoável.
O homem compreendeu, pensou, e tentou adequar o seu pedido.
Finalmente disse:
- Sabe, eu fui casado quatro vezes e quatro vezes me separei.
As minhas mulheres sempre disseram que eu não me importava com elas e que sou um insensível.
Por isso, o meu desejo é poder compreender as mulheres:

Saber o que elas sentem, verdadeiramente...
Saber o que pensam quando não falam com a gente ....
Saber porque é que choram....
Saber o que elas realmente querem quando não dizem nada....
Saber como poder fazê-las, realmente, Felizes!

O Génio, fez um silêncio, pensou, e respondeu:

- Afinal, você quer a merda da ponte com duas ou com quatro faixas ?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O GRANDE AMOR DA MINHA VIDA!


Hoje, ao final da tarde, quando forem precisamente 18 horas, passam 31 anos sobre o acontecimento que fez de mim o homem mais feliz do mundo.
O bebé de ontem cresceu, aprendeu, fez-se um homem, no pleno sentido da palavra.
Claro que todos os pais pensam que os seus filhos, enquanto pequenos, são os melhores do mundo e eu não fujo à regra.
Mas, para mim, mesmo um homem feito, com todas as suas imensas qualidades e alguns defeitos, o meu filho continua a ser o melhor do mundo e assim continuará a ser até que a morte nos separe.
Neste dia, em que o meu filho comemora o 31º aniversário, há um tropel de imagens e situações que me vêm à memória, de entre as quais se destacam, naturalmente, muitas das que se relacionam com o seu nascimento.
O meu pai, que correu para o quarto da maternidade, para me dar a notícia, já não está, fisicamente, entre nós, para poder celebrar comigo, mas este dia também é dele. Dele e da minha avó Rogélia, os dois pilares mais importantes da minha adolescência e do início da minha vida adulta.
Onde quer que eles estejam, eu sei que partilham comigo este momento de alegria e sabem o quanto me esforcei para incutir no meu filho os valores e princípios que me deixaram em herança.
Outros houve que partiram, uns fisicamente, outros não, mas também estes acabam por ser lembrados. Afinal, a memória tem de ser preservada e respeitada, mesmo a daqueles que escolheram o caminho da separação...
Mas porque é do aniversário do meu filho que se trata, a minha homenagem vai, naturalmente, para a mãe, a Ana, que o gerou e transportou no ventre, e teve de enfrentar um parto complicado, para que eu pudesse ter o meu bem mais precioso.
Estou-lhe eternamente grato por isso e os meus parabéns vão, naturalmente, também para ela.
Afastados no quotidiano, partilhamos a maior riqueza que os pais podem ter, e desse ponto de vista, tenho a certeza de que ela, como eu, sabe que somos os pais mais ricos do mundo.
Daqui a alguma horas, estaremos os três reunidos à volta da mesa do almoço, e recordaremos, decerto, alguns momentos destes recheados 31 anos, bem como os amigos e familiares que, tendo sido importantes nas nossas vidas, e foram tantos, merecem o nosso reconhecimento. Para todos, em nosso nome, muito obrigado!
Ao meu filho, para além dos habituais parabéns e votos das maiores felicidades, quero dizer-lhe o quanto me sinto orgulhoso pelo seu comportamento.
O jovem fez-se um Homem, que sabe honrar os valores e princípios que lhe foram transmitidos ao longo da vida, e demonstra uma nobreza de carácter ao alcance de poucos, como ficou bem demonstrado neste último ano.
Tu, Frederico, tens sabido dar sentido ao desejo expresso naqueles versos de Ilídio Sardoeira, que um dia eu copiei para a minha pasta da escola, e tantas vezes recitámos juntos:
Sê sempre um Homem com os homens dentro
Que a palavra que cales ou que dês
Traga consigo, como tronco de árvore
A vertical firmeza do que és.
Obrigado meu filho, por me retribuíres, com juro elevadíssimo, todo o investimento na tua educação e formação.
És o grande amor da minha vida! Sê feliz!

PS: Uma nota final, para realçar uma falha imperdoável: Por este caminho, não chego a ver netos...

sábado, 21 de agosto de 2010

SÓCRATES: ESSE MALANDRO...


A notícia tem poucas horas, e dela tomei conhecimento via Twitter, remetendo para a página da TSF, na Internet:

"O vice-presidente social-democrata, Diogo Leite Campos, diz que o PSD não está interessado em criar «crise política» e acusa José Sócrates de apenas apresentar a versão dos factos que lhe convém numa resposta à acusação do primeiro-ministro de que o PSD está a prestar um mau serviço ao país."

Mas o vice-presidente do PSD vai mais longe, e para que não restem dúvidas, esclarece:

"Diogo Leite Campos diz ainda à TSF «que o PSD não está interessado em crise», adiantando que os social-democratas apenas pretendem que o «Governo apresente um bom Orçamento, o que não fez até hoje».
O vice-presidente do PSD explica que o partido vai apoiar todas as medidas socialistas que considere patrióticas, mas deixa uma acusação ao Executivo de José Sócrates.
«O Governo está a preparar-se para apresentar o Orçamento do Estado pelo menos nas suas grandes linhas numa altura em que já não é possível dissolver a Assembleia da República e demitir o Governo, ou seja, se o Governo fosse transparente apresentava-o, como disse o doutor Passos Coelho até 9 de Setembro, em que era possível devolver o poder aos portugueses», defende.
«Portanto, o Governo está a esconder-se atrás da impossibilidade de dissolver a Assembleia para poder apresentar o Orçamento que quer», prossegue Diogo Leite Campos.
O dirigente social-democrata rejeita também a acusação de que o PSD está a desviar as atenções das propostas de revisão constitucional e sublinha que não existe nenhum falhanço nesta área por parte dos social-democratas.
"

Ficámos, pois, a saber que, o malandro do primeiro-ministro está a "apresentar a versão que lhe convém", facto tanto mais grave quanto a nossa política está cheia de exemplos de dirigentes partidários a apresentarem versões que não lhes convêm.
E a posição do PSD é tanto mais compreensível quanto é público e notório que, nem Passos Coelho, nem qualquer outro dirigente do PSD, incluindo o vice-presidente Diogo Leite Campos, ousaria apresentar aos portugueses "uma versão que lhe convém", não só no que diz respeito aos assuntos do Orçamento, da revisão constitucional, ou do desejo de antecipar as eleições legislativas, como a qualquer outro tema da vida nacional.
E é mais do que óbvio que, quando Diogo Leite Campos omite, no seu discurso, que as propostas que o PSD agora recusa constam do PEC enviado a Bruxelas, para vigorar até ao final de 2011, com o seu acordo e aprovação, não está a "apresentar a versão que lhe convém".
Somente não lhe ocorreu falar desse assunto, aliás um mero detalhe em toda esta discussão, porquanto, como pode ser confirmado por qualquer observador independente, o PSD sempre prestou aos os portugueses toda a informação relevante, para que pudessem formar uma opinião.
Como se verificou, recentemente, a propósito da anunciada proposta de revisão constitucional.
E como se esta pouca vergonha não bastasse, pasme-se, o Governo tem a ousadia de estar a preparar-se para apresentar as grandes linhas do Orçamento depois do dia 9 de Setembro.
Trata-se de um atentado a uma consagrada prática governamental, de dar a conhecer aos portugueses as grandes linhas do Orçamento para o ano seguinte em Agosto, procedendo à sua concretização na primeira semana de Setembro.
E entende-se a indignação de Leite Campos e da direcção do PSD, porque é de justiça reconhecer que, quando o partido esteve no Governo, sempre assim procedeu, com o líder a anunciar as grandes linhas orçamentais, para o ano seguinte, no Pontal, e a proceder à sua concretização na semana subsequente.
Lamentavelmente, foi preciso o malandro do Sócrates chegar ao poder para que acabasse esta saudável prática governamental, que remonta aos tempos do PPD.
Em consequência, resulta claro e compreensível que, neste contexto, Diogo Leite Campos acuse o Governo de "se esconder atrás da impossibilidade de dissolver a Assembleia, para apresentar o Orçamento que quer".
Não que o PSD esteja interessado em provocar qualquer crise, longe disso, aliás Leite Campos teve o cuidado de confirmar o apoio do partido a "todas as medidas socialistas que considere patrióticas", tal como sucedeu quando Passos Coelho decidiu dar as mãos ao País, aos portugueses, e ao Governo, para aprovar a revisão do PEC que está em Bruxelas.
Só que isso foi há muitos meses, quando a crise financeira estava no auge, o desemprego aumentava, o PIB não crescia e a inflação estava sob controlo.
Agora, com a radical alteração da situação económico-financeira, não só o país e os portugueses já não precisam que lhes dêem as mãos, como o Governo merece que lhe dêem com os pés.
E se alguém se atrever a sugerir que esta posição do partido possa estar relacionada com o recente trambolhão nas sondagens, em consequência de uma excelente proposta de revisão constitucional, que a ignorância dos portugueses não lhes permite compreender, é porque desconhece o empenhamento e a prática política dos dirigentes do PSD, na defesa da transparência e do interesse nacional.
Sim, porque como é do conhecimento de todos, incluindo o Presidente da República,a actual direcção do PSD seria incapaz de apresentar uma versão dos factos que lhe fosse conveniente, e quando defende a apresentação das grandes linhas do Orçamento até 9 de Setembro, ou a devolução do poder aos portugueses, nada mais faz do que zelar, escrupulosamente, pelos superiores interesses nacionais.
Nem outra coisa seria admissível, por parte de um partido político responsável!
Ah,se não fosse esse malandro do Sócrates...

EM TORNO DAS TAREFAS DOMÉSTICAS...


Nada como começar um fim-de-semana com boa disposição e muito sentido de humor.
Esta troca de poemas entre noivos trata, de forma divertida, um tema muito sério.
As mulheres acharão divertidíssimo, o mesmo sucedendo com todos os homens que sentem ser sua obrigação partilhar as tarefas domésticas.
Quanto aos outros, ficarão com um sorriso amarelo, mas um pouco de fair-play não lhes faz mal nenhum. Bem pelo contrário...
De qualquer modo, reconheça-se o sentido de humor da autora, pois acredito que tenha sido uma mulher, este é um bom pretexto para lembrar os maridinhos que não lhes fica nada mal darem uma ajudinha às suas queridas mulherezinhas, nas tarefas domésticas.
Divirtam-se!

POEMA ESCRITO POR ELE (O Noivo):

Que feliz sou eu, meu amor!
Já, já, estaremos casados,
o café da manhã na cama,
um bom suco e pão torrado

Com ovos bem mexidinhos
tudo pronto bem cedinho
depois irei pro trabalho
e voce para o mercado

Daí você corre prá casa
rapidinho, arruma tudo
e corre pro seu trabalho
para começar seu turno

Voce sabe que de noite
gosto de jantar bem cedo
de ver voce bem bonita
alegre e sorridente

Pela noite mini-séries
cineminha bem barato
nunca iremos ao shopping
nem a restaurantes caros

Voce vai cozinhar pra mim
comidinhas bem caseiras
pois não sou dessas pessoas
que gosta de comer besteira...

Voce não acha querida
que esses serão dias gloriosos?
Não se esqueça meu amor
que logo seremos esposos!

POEMA ESCRITO POR ELA (A Noiva):

Que sincero meu amor!
Que oportunas tuas palavras!
Esperas tanto de mim
que me sinto intimidada

Não sei fazer ovo mexido
como sua mãe adorada,
meu pão torrado se queima
de cozinha não sei nada!

Gosto muito de dormir,
até tarde, relaxada
ir ao shopping fazer compras
com a Mastercard dourada

Sair com minhas amigas,
comprar só roupa de marca
sapatos só exclusivos
e as lingeries mais caras

Pense bem,que ainda há tempo
a igreja não está paga
eu devolvo meu vestido
e voce seu terno de gala

E domingo bem cedinho
prá começar a semana,
ponha aviso num jornal
com letras bem destacadas:

"HOMEM JOVEM E BONITO
PROCURA ESCRAVA BEM LERDA
POR QUE SUA EX-FUTURA ESPOSA
MANDOU ELE IR PRÁ MERDA
!!!!!!"

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A "SILLY SEASON"...


A avaliar pelo comportamento da comunicação social, está aberto o novo ano político, mais ou menos o equivalente à nova época desportiva 2010/11.
Com algum pragmatismo, poder-se-à dizer que o discurso de Passos Coelho, no Pontal, marcou o início das hostilidades, e o fim da "silly season", ou seja, para quem não sabe inglês, o fim da "época tonta".
Devo acrescentar que, nunca entendi os motivos da designação, a não ser por se tratar do mês de Agosto, supostamente uma época de calor, e como o calor dilata os corpos, presumo que isso aumente a tendência para a asneira. Mas esta é, naturalmente, uma explicação que carece de rigor científico...
A verdade é que, por estes dias, se têm sucedido os programas televisivos, com a presença de jornalistas, analistas, e comentadores políticos, para tentarem adivinhar o que se vai passar, em matéria de aprovação, ou não, do Orçamento Geral do Estado, para 2010/11, e da antecipação das eleições, legislativas.
Pelo caminho, lá vão metendo umas buchas sobre os problemas da Justiça, a qual, para nossa desgraça, continua a ser um instrumento da luta política...
Também o Presidente da República não fica imune à polémica, apesar dos seus esforços para se manter à margem das politiquices, muito pela acção de vários dos seus correlegionários, o que não deixa de ser interessante...
Mas verdadeiramente curioso, e digno de estudo, é o modo como jornalistas, analistas, e comentadores, se arrogam o direito de interpretar o sentimento dos portugueses, relativamente a matérias sobre as quais, perdoem-me que o diga, a esmagadora maioria não faz a mínima ideia do que está em jogo.
E a quem disser que exagero, desafio-o a promover um inquérito, na sociedade portuguesa, para indagar das percentagens de portugueses que sabem o que é o "deficit" orçamental, a dívida pública, ou o Orçamento Geral do Estado.
O que não quer dizer que, tal como dizia o meu falecido amigo Salgado Zenha, as pessoas possam não saber o que querem, mas saibam, perfeitamente, o que não querem.
E esse é, a meu ver, o verdadeiro problema, ou seja, já que os eleitores não entendem, exactamente, o que está em jogo, políticos, analistas, jornalistas, e comentadores, procuram influenciar o eleitorado, não pela via do seu esclarecimento, mas actuando ao nível das suas percepções...
Aliás, só neste contexto é que pode ser entendível que, políticos, jornalistas, analistas, e comentadores, consigam tratar, simultâneamente, em programas televisivos de 55 minutos, as questões do Orçamento, da antecipação das eleições, da revisão constitucional, da Justiça, e dos poderes do Presidente da República.
Como não podia deixar de ser, tudo é analisado na base do "meia bola e força", sendo questionável o verdadeiro objectivo destes programas.
E assim sendo, meus amigos, se é inegável que o novo ano político está de volta, não é menos verdade que a "silly season", essa, não só continua, como parece estar para durar...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

RECORDANDO OS BONS TEMPOS...


Para os meus amigos, em particular para os que tiveram a felicidade de frequentar a casa dos meus pais, aqui fica a letra da célebre canção do "Manuel das Cebolas", a qual, sempre superiormente cantada pelo meu queridíssimo amigo Fernando Gonçalves da Silva, constituía um dos momentos altos, e obrigatórios, de todas as paródias.
Vale dizer que, o acompanhamento instrumental consistia, invariavelmente, num "pum pum, pum, pum", sempre a compasso, no final de cada verso.
Ao meu sobrinho Bernardo devo a gentileza de me ter enviado a letra desta inolvidável canção, e quero agradecer-lhe essa atenção para com o tio.
Divirtam-se, e façam o favor de ser felizes!

Tio Manuel das Cebolas

Autores: Cancioneiro Popular

Deu-se perto de Beirolas
Um grande acontecimento
O tio Manuel das cebolas
Estreou umas cerolas
No dia do casamento

Nunca vira tal coisinha
E á mesa num repente
Disse p’ra sua queridinha
Vou fazer uma coisinha
Que ninguém faz pela gente

E já um tanto borracho
O tio Manuel das cebolas
Mesmo à beira do riacho
Deitou as calças abaixo
Sem se lembrar das cerolas

Já farto de se esforçar
Olhou para trás então
Ficou muito admirado
Pois já tinha despejado
E não viu nada no chão

(instrumental)

A noiva por sua vez
Foi procurá-lo também
Esta teima que ele não fez
Mas ele batendo com o pé
Diz que fez e muito bem
E lá vão a questionar
Como sempre em casos tais
Mesmo à mesa do jantar
Quando se ia para sentar
Sentiu qualquer coisa a mais

E com grande sofreguidão
Mete a mão pela calça e diz
Olhem bem para a minha mão
Vejam quem tinha razão
Vejam s’eu fiz ou não fiz

domingo, 15 de agosto de 2010

ATEANDO MAIS UM FOGO...


rentrée
(palavra francesa)
s. f.
1. Reabertura dos teatros no começo do ano dramático.
2. Nova aparição, após uma ausência, de um artista titular de um papel.

Definição que consta no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

Segundo os meios de comunicação social, a rentrée política do PSD começou, ontem, no Pontal.
Só que, se o PSD esteve de férias da política, e eu não dei por isso, será que as declarações dos seus dirigentes, incluindo o líder, durante o período de férias, não são para levar a sério?
As férias, na política, fazem-me lembrar o defeso, em matéria de caça, com os intervenientes a não resistirem a um tirinho, sempre que surge uma oportunidade, apesar de a época estar, oficialmente, encerrada...
Seja como for, Passos foi ao Pontal inaugurar a nova época política, houve quem falasse de nova época eleitoral, e resolveu tirar uns coelhos da cartola: o dia 9 de Setembro, eleições antecipadas, e a Justiça.
Passos veio dizer-nos que Sócrates terá de decidir, até 9 de Setembro, se aceita que as suas propostas sejam, afinal, as que o PSD propõe, ou o Orçamento não será aprovado. E se não quiser assim, tem sempre a possibilidade de convocar eleições antecipadas.
Um ultimato que não deixa de ser interessante, para um líder de um partido que considera ter dado as mãos aos portugueses, quando viabilizou o Orçamento de Estado para 2010.
Talvez fosse interessante que Passos Coelho nos pudesse explicar o que mudou, desde então:
Mudaram os pressupostos? Alterou-se a situação económico-financeira? Alterou-se o sentido de Estado do partido? Mudaram os portugueses? Ou será que apenas mudou o "timing" político do PSD?
Não é crível que Sócrates aceite o repto, mesmo que a não aprovação do OE, para 2011, possa criar uma situação muito complicada, para o País, e o PSD sabe disso.
Por isso, apesar do discurso, faz sentido que aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos, antes de tirarmos qualquer conclusão...
Já quanto à Justiça, o coelho que saiu da cartola de Passos mais parecia uma lebre, tal o modo como fugiu da apresentação de soluções alternativas.
Quando o líder do principal partido da oposição diz que a Justiça portuguesa está mal, mas não apresenta soluções, está a colocar-se ao nível de um tal senhor "de la Palice", ou da célebre "prima Georgina", imortalizada por Raul Solnado, que tinha a mania de dizer coisas...
Afirmar que o Governo tem responsabilidades no actual estado da Justiça exige que Passos Coelho diga aos portugueses o que está disposto a mudar, quando for Governo.
Nem que seja para nos dizer que apenas pretende mudar pessoas, para que tudo fique na mesma...
E, para começo de conversa, talvez pudesse dizer-nos o que pensa sobre a existência do Sindicatos dos Magistrados do Ministério Público...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O INÍCIO


Desde há algum tempo que me venho interrogando se faria sentido criar um novo blog, onde apenas tratasse de assuntos desportivos, em particular de futebol.
Até agora, tem sido no CETRA IDEAL que tenho abordado as questões relacionadas com o desporto, sobretudo o futebol, o que me parece ser uma injustiça para todos aqueles que fazem o favor de ler os meus escritos, embora não dando "a mínima" para os futebóis.
Assim surgiu o PEDEBOLA, para alívio de alguns amigos e recrudescimento da ocupação dos meus tempos livres, no dia em que se inicia mais uma época desportiva do futebol português.
Para todos os que se derem ao trabalho de o ler e de o seguir, aqui ficam os meus sinceros agradecimentos.

COM PAPAS E BOLOS...


Inicia-se, hoje, a época desportiva 2010/11 da Liga Zon/Sagres, nova denominação para o campeonato nacional português.
Desejar que esta nova época desportiva possa ser mais competitiva, menos quezilenta, que impere a verdade desportiva, que haja mais "fair-play", tornou-se um lugar-comum.
Que me perdoem os que assim não se comportam, mas a verdade é que, o verdadeiro problema reside na frequente utilização de palavras, ou expressões, que, embora carregadas de conteúdo e significado, pouco, ou nada, representam, aos olhos de quem as utiliza.
E nem o facto de esta ser uma prática generalizada, em vários sectores da nossa sociedade, desculpa o que se passa no nosso futebol.
Com efeito, tornou-se trivial vermos, e ouvirmos, os intervenientes, incluindo a maioria dos espectadores e adeptos, repetirem os mesmos desejos, no início de cada época desportiva. E, apesar disso, a história repete-se.
Insinuações, suspeição, discursos incendiários, falta de desportivismo, violência, um pouco de tudo isto se repete, em dose maior, ou menor, em cada época desportiva.
É que, na verdade, todos estes apelos têm subjacente um pressuposto, que poucos se atrevem a explicitar:
Todos querem tudo isso, desde que a sua equipa ganhe!
E por muito que nos custe, qualquer analista externo, que observe o nosso futebol, facilmente conclui que, praticantes, dirigentes, adeptos e, infelizmente, até a maioria dos analistas e comentadores, têm uma exacerbada perspectiva clubista do jogo.
Por estes dias, vão continuar a suceder-se os apelos de início de época, carregados de boas intenções, daquelas que dão para encher, não um, mas dois infernos, embora todos saibamos que pouco, ou nada, tem sido feito, no sentido de melhorar o actual estado de coisas, e a qualidade do nosso futebol.
A sabedoria popular diz-nos que, "com papas e bolos se enganam os tolos", um provérbio que encontra plena aplicação no nosso futebol, para desgosto dos verdadeiros amantes do desporto-rei, do desportivismo, e da verdade desportiva!

A BIGAMIA QUEIROSIANA...



(...) O homem desde todos os tempos tem sido (se me permitem renovar essa alegoria neoplatónica) duas esposas, a razão e a imaginação, que são ambas ciumentas e exigentes, o arrastam cada uma, com lutas por vezes trágicas e por vezes cómicas para o seu leito particular - mas entre as quais ele até agora viveu, ora cedendo a uma ora cedendo a outra, sem as poder dispensar; e encontrando nessa coabitação bigâmica alguma felicidade e paz. Assim Arquimedes tinha por emblemas na sua porta um compasso e uma lira. (...)

Eça de Queiroz - "Positivismo e Idealismo" - Gazeta de Notícias, 27 e 28 de Julho 1893

POR AMOR AO PRÓXIMO...


Num dia de Sexta-Feira, dia 13, nada como uma boa piada, para ajudar os mais supersticiosos a esquecerem que este é um "dia de azar". Lagarto, lagarto, lagarto!

DIÁRIO DE UMA MULHER FIEL, NUM CRUZEIRO

Querido Diário... 1º Dia:
Já estou preparada para fazer este maravilhoso Cruzeiro, presente do meu marido... Vim sozinha e trouxe na mala as minhas melhores roupas! Estou excitada!

Querido Diário... 2º Dia:
Foi lindo, vi alguns golfinhos e baleias! Que viagem maravilhosa estou a começar a gostar...! Hoje encontrei-me com o Capitão, que por sinal é um belo homem!

Querido diário... 3º Dia:
Hoje estive na piscina. Fiz também um pouco de jogging e joguei mini-golfe. O Capitão convidou-me para jantar na sua mesa. Foi uma honra e a noite foi maravilhosa. Ele é um homem muito atraente e culto.

Querido diário... 4º Dia:
Fui ao Casino do navio! Tive muita sorte, pois ganhei €80. O Capitão convidou-me para jantar com ele no seu camarote. A ceia foi luxuosa com caviar e champanhe. Depois de comermos ele perguntou se eu ficaria no seu camarote, mas recusei o convite. Disse-lhe que não queria ser infiel ao meu marido.

Querido diário... 5º Dia:
Hoje voltei à piscina para me bronzear um pouco. Depois, decidi ir ao Piano Bar e passar ali a tarde. O Capitão viu-me e convidou-me para tomar um aperitivo. Realmente ele é um homem encantador.
Perguntou-me de novo se eu queria visitá-lo no seu camarote naquela noite. E eu lhe disse que não, que era casada! Então ele disse que se eu continuasse a responder não, que iria afundar o navio!
Fiquei aterrorizada!

Querido diário... 6º Dia:
Hoje salvei 1600 pessoas... Três vezes!!!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PRIORIDADE AO ESTRANGEIRO?


O Manchester United contratou o jogador Bebé, um jovem extremo de 20 anos, ao Vitória de Guimarães, ao qual desejo as maiores felicidades.
Atendendo à competência dos observadores ingleses, não é difícil imaginar que se trata de um jovem com elevada capacidade, futebolística, a qual, a confirmar-se, permitirá um rápido retorno do valor investido, cerca de 9 milhões de euros.
Sempre que se verifica a transferência de um dos nossos jovens, directamente, para clubes estrangeiros, de nomeada, interrogo-me sobre o que fazem os observadores dos maiores clubes portugueses, e, em particular, do meu Benfica.
Basta olhar para os nossos principais clubes para percebermos que não abundam, em Portugal, jogadores portugueses com qualidade, para desempenharem as funções de extremo, pelo que se admite que deveria haver um empenho maior na detecção de talentos, para ocuparem essa posição.
O facto de o Manchester ter contratado Bebé, decerto com a ajuda de observadores nacionais, deveria, pelo menos, levar a uma reflexão sobre o que estamos a fazer para evitar que esta situação se repita. Bebé não começou a jogar à bola com 20 anos e parece-me legítimo perguntar como foi possível que o jogador tenha passado despercebido, ao meu Benfica.
Não será que estamos a dar maior atenção ao mercado externo do que ao mercado nacional?
Eu gostava de acreditar que não, mas a prática parece indicar uma preferência pelo estrangeiro, que eu gostaria, na medida do possível, de ver revertida.
Oxalá eu esteja enganado...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MALES QUE VÊM POR BEM...


Confesso que ainda não recuperei da derrota do meu Benfica, com o Porto, para a Supertaça Cândido de Oliveira.
Mas, apesar do que se passou, também não vejo motivos para alterar a minha opinião, de que o Benfica será, de novo, o "rolo compressor" da época passada.
A sobrecarga de jogos, a chegada tardia de jogadores influentes, a ausência de Maxi Pereira, e as "invenções" de Jorge Jesus, ajudam-nos a compreender o que se passou, por mais desagradável que possa ter sido a exibição, e o resultado. E foi muito mais do que desagradável. Foi decepcionante!
Contudo, não posso compartilhar as expectativas pessimistas que se apoderaram de alguns amigos benfiquistas, apenas porque aquele jogo não foi o que desejávamos.
A grandeza, e representação nacional, do Benfica leva a que o estado de alma dos seus adeptos e simpatizantes, tal como o dos portugueses, tenda a oscilar entre a depressão e a euforia, enquanto o diabo esfrega um olho.
Somos assim, e não há nada a fazer! Talvez a coisa melhore com as gerações futuras...
E é precisamente por isso que, num momento em que se vai iniciar uma nova época, e muitos abandonaram o estado de euforia, o que também não faz mal nenhum, senti necessidade de reafirmar a minha crença de que o Benfica renovará o título de campeão Nacional, e terá uma excelente prestação na Liga dos Campeões.
Para além de não existir nenhum motivo para que não continuemos a acreditar na, enorme, capacidade, e qualidade, da nossa equipa, principal, de futebol, tenho a certeza de que os responsáveis pelo Clube souberam tirar as devidas ilações, e agir em conformidade.
Como diz o povo: Há males que vêm por bem!...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A OMS E A "INFLUENZA"...


A Organização Mundial de Saúde declarou o fim de uma pandemia que nunca chegou a existir: A H1N1, ou Influenza.
Claro que, entretanto, os diferentes países se atafulharam de vacinas, que não servem para nada, e muita gente ganhou muito dinheiro com isso...
Depois da pandemia da gripe das aves e da pandemia da gripe Inflenza, que não chegaram a ser, cabe à OMS esclarecer, inequivocamente, os motivos que levaram a organização a aceitar difundir as notícias alarmantes, que todos conhecemos.
Se não o fizer, com muita clareza, não só a sua credibilidade sai, irremediavelmente, afectada, como é legítimo que nos interroguemos sobre as suas motivações, e a "influenza" de interesses privados, nas suas decisões...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NESTE MUNDO DE CONTRASTES...


Na Rússia, como em Portugal, o Fogo, um símbolo sagrado e a maior conquista humana da pré-história,continua descontrolado, deixando a sua marca destruidora e tornando o Ar irrespirável.
Em contraste, no Paquistão, na China, na Índia, a Água, outro dos símbolos sagrados, destrói tudo à sua passagem, deixando um um rasto de morte e miséria, seja pelas cheias, ou pelo deslocamento de terras.
Faz hoje 65 anos que, pelo Ar, os americanos destruíam a cidade de Nagasaky, fundada por navegadores portugueses, em 1570, com o lançamento da segunda bomba atómica. A primeira fora lançada sobre Hiroshima, três dias antes.
Seis dias depois, o Japão rendia-se, incondicionalmente, e terminava a Segunda Guerra Mundial. Mas os seus efeitos prolongaram-se no tempo...
Aos olhos de uma entidade exterior, dir-se-ia que se trata de uma conspiração do Homem, com os três elementos, para destruir o quarto, a Terra, este maravilhoso planeta azul em que vivemos.
Ao longo dos séculos, na sua ânsia de controlar a Natureza, e os outros Homens, a humanidade tem dado os piores dos exemplos, ao mesmo tempo que tem demonstrado ser capaz de dar, maravilhosas, lições de Fraternidade e Solidariedade.
É este o Mundo em que vivemos, mergulhados em eternos, e inexplicáveis, contrastes, e contradições...

sábado, 7 de agosto de 2010

A INVENTAR...


O Porto foi um justo vencedor da Supertaça.
Contudo, o Benfica não esteve ao nível a que nos habituou.
Bem sei que uma equipa joga aquilo que a outra permite, mas faltou garra, ambição, e os jogadores estavam demasiado nervosos.
Jorge Jesus resolveu inventar, tal como fizera em Liverpool, na época passada, colocando Fábio Coentrão e César Peixoto na ala esquerda, e abdicando de Jara.
Incompreensívelmente, a perder por 2-0, resolve substituir Coentrão.
Quem não o conhecesse, diria que Jesus não queria ganhar o jogo.
Jorge Jesus esteve sem garra, com uma calma que não lhe é habitual, quase parecendo aceitar a supremacia do Porto, e essa falta de garra transmitiu-se à equipa.
Sou um confesso admirador do treinador do Benfica, e só espero que, também ele, tire as adequadas ilações deste jogo....

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

JUSTIÇA, SINDICATOS E...POLÍTICA


Para nosso desgosto, tornou-se indesmentível que a Justiça portuguesa anda pelas ruas da amargura.
Embora não sendo uma novidade, os diferentes protagonistas têm-se recusado a enfrentar a realidade, preferindo um discurso "politicamente correcto", uma moda que se estende a quase todos os sectores da sociedade, desde a política ao futebol.
Na Justiça, como na sociedade portuguesa, em geral, abraça-se e elogia-se, pela frente, e diz-se mal e esfaqueia-se, pelas costas.
Um hábito antigo, que muitos "democratas" se têm empenhado em refinar...
Salvo honrosas excepções, como é o caso do Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, os problemas da Justiça são tratados como se, intervenientes e comentaristas, ignorassem o que se tem, de facto, vindo a passar, preferindo acobertar as suas opiniões, através do recurso à estafada expressão "acredito no funcionamento da justiça portuguesa".
Eu, confesso, não sei se acreditam, ou não, mas, para quem tiver ocasião de os ouvir em privado, fica difícil acreditar que assim seja. Adiante...
A verdade é que, a propósito do caso Freeport, estalou o verniz à nossa magistratura, não me parecendo possível que se possa continuar a fingir, como até aqui, que está tudo bem.
A carta aberta que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público dirigiu ao Procurador-Geral da República, depois de este os ter acusado de se comportarem como um pequeno partido político, com agenda própria, é bem o exemplo do actual estado de coisas...
Não sei se é preciso, ou não, dar mais poderes ao Procurador-Geral da República, tanto mais que, apesar do interesse que este assunto me merece, as opiniões que tenho ouvido, de especialistas e comentadores, pouco têm contribuído para o esclarecimento do tema. Bem pelo contrário...
Mas inclino-me no sentido de respeitar as opiniões de Proença de Carvalho, na sua qualidade de iminente jurista e profundo conhecedor do sistema. Assim como as de Maria José Morgado, cuja isenção e competência poucos se atrevem a contestar, e para quem o Estatuto do Ministério Público estabelece uma falsa autonomia do Procurador-Geral da República.
Se Proença de Carvalho tiver razão, não só é necessário rever os poderes do Procurador-Geral da República, como se deve extinguir o Conselho Superior do Ministério Público, passando o Presidente da República a ter um papel mais interveniente, podendo, inclusive, vir a presidir ao Conselho Superior da Magistratura.
Não sendo um especialista na matéria, admito que a proposta merece a minha simpatia...
Já quanto à existência de um Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, atrevo-me a firmar que é uma verdadeira aberração, como já tive ocasião de escrever num "post" anterior, só explicável pelos interesses de alguns, e pela complacência de muitos...
Em meu entender, é imperioso que Governo e Oposição não politizem este tema, e sejam capazes de, em articulação com o Presidente da República, apresentarem as propostas adequadas, tão rapidamente quanto possível, para que se possa pôr termo ao estado de pouca vergonha a que se chegou.
A Justiça, um dos pilares da nossa democracia, é a principal responsável por muitos dos problemas com que se debate a sociedade portuguesa, pela sua morosidade e pela imagem que tem dado de si própria, nomeadamente em matéria de independência e isenção...
Não ignoro, contudo, que os magistrados são homens e mulheres, como nós, com as suas forças e fraquezas, as suas preferências e simpatias, de diversa natureza. Clubistas, partidárias ou outras.
Pelo que, se não houver um sistema que possa dar garantias aos portugueses, de que a Justiça está ao abrigo dos interesses, preferências, ou simpatias, dos magistrados, que Deus nos acuda...
E o que transparece da actuação dos dois Procuradores, encarregues do caso Freeport, está longe de nos assegurar que tenha existido isenção nos comportamentos...
Como afirmou Proença de Carvalho, a propósito da inclusão das célebres 27 perguntas, no despacho de arquivamento, "a motivação não pode ser jurídica". Tanto mais que, segundo ele, "é um acto inútil" e, como tal, "proibido por lei".
E depois de tudo o que tenho ouvido, e lido, inclino-me a admitir que Proença de Carvalho possa ter razão quando afirma que, "a conclusão não agradou aos senhores Procuradores".
O que, a ser verdade, nos permite concluir, como faz Proença de Carvalho, que a colocação das perguntas no despacho, apenas teve como finalidade "servirem de pasto a especulações".
E porque vou envelhecendo, começo a duvidar, cada vez mais, das coincidências, pelo que não posso deixar de me interrogar sobre quem serão os eventuais beneficiários daquele despacho e a quem aproveitou a eclosão, mediática, e sua perpetuação, em torno do caso Freeport...

FUTEBOL, EM BREVES NOTAS



- O Sporting de Braga eliminou o Celtic de Glasgow, e apurou-se para os "play-off", de acesso à fase de grupos da Champions League. Estão de parabéns os jogadores e equipa técnica, mas também os dirigentes, pelo excelente trabalho que têm desenvolvido, ao longo de anos, que começa a dar os seus frutos.

- Ramires deixa o Benfica, para jogar no Chelsea, de Londres. A mensagem que dirigiu aos adeptos, através do jornal "A Bola", é reveladora do seu carácter. Parco nas palavras, mas objectivo, e correcto, nos seus propósitos. Um excelente jogador, que deixa saudades, não só nos benfiquistas, como em todos os que gostam de futebol. Felicidades para ele, um menino humilde, bom profissional e grande jogador.

- Marítimo e Sporting disputam, hoje, a passagem ao "Play-off" da Liga Europa. Se, para o Marítimo, o jogo é uma mera formalidade, face à vitória, por 8-2, no primeiro jogo, o mesmo não se poderá dizer relativamente ao Sporting, apesar da vitória, por 1-0, em casa do adversário.
Mas o Sporting tem obrigação de ganhar e de praticar um futebol de muito melhor qualidade do que aquela a que assistimos no jogo da primeira mão.
Felicidades para ambos!

- O Santos venceu a Copa do Brasil, apesar da derrota, por 2-1, frente ao Vitória.
Louve-se a campanha dos vencidos, mas registe-se o mérito dos "meninos da Vila", que encantaram o Brasil, e não só, com o seu futebol, ao longo da competição, tal como durante o Paulistão, que também venceram, com muito mérito.
Robinho e André realizaram o seu último jogo pelo Santos, o primeiro para voltar ao Manchester City, clube com quem tem contrato, o segundo a caminho do Dínamo de Kiev, na Ucrânia.
Resta saber o que acontecerá com Ganso, Neymar, Wesley, Arouca e outros...
É uma pena, assistir ao desmantelamento de uma equipa que praticou um futebol de encantar, durante o primeiro semestre do ano.

- Cristiano Ronaldo voltou a ser CR7 e marcou na vitória do Real Madrid, frente ao América, em São Francisco.
Mourinho estreou-se a ganhar e Cristiano a marcar.
Um bom prenúncio, para o Real e para as suas duas maiores estrelas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O SHOW VAI COMEÇAR


O Benfica perdeu a Eusébio Cup, contra o Tottenham Hotspur, encerrando, assim, o seu período de preparação para a nova temporada.
Foi uma derrota sem grande significado, não só porque o Benfica rodou todos os seus jogadores, como também porque, durante a primeira parte do jogo, se revelou superior ao seu adversário e perdeu boas ocasiões de golo.
Além de que foi evidente um, natural, cansaço dos jogadores, regressados a Lisboa na madrugada de segunda-feira, após a vitória no torneio do Guadiana.
A lamentar, apenas o facto de se tratar da Eusébio Cup, pois o "King" merecia a vitória do Glorioso.
Mas podemos olhar a questão por outro ângulo e dizer que o troféu merece exposição internacional, e nada melhor do que o museu dos Spurs, um dos principais clubes londrinos, para o dar a conhecer.
A verdade é que, o mais importante, para o Benfica, e os benfiquistas, é registar que, os jogos da pré-época indicam que o Glorioso está bem, e recomenda-se.
Já, aqui, o escrevi, e reafirmo, que o "rolo compressor" está de volta, e estou convicto que teremos um Benfica igual, ou melhor, do que o da época passada, até porque é inequívoca a qualidade dos novos jogadores.
E se a equipa só perder Di Maria e, provavelmente, Ramires, tudo indica que a qualidade do futebol praticado não sairá afectada. Mas é sabido que o período para a inscrições de novos jogadores só termina a 31 de Agosto...
O início da competição "a sério", demonstrará, ou não, a bondade da minha convicção, mas acredito que a primeira vítima será o Futebol Clube do Porto, já no próximo sábado, em Aveiro, no jogo da supertaça...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A "BICADA" DE MOURINHO


A entrevista a José Mourinho, publicada, hoje, no jornal Record, é um presente para os benfiquistas, como eu. Um verdadeiro miminho!
Mas não, apenas, porque o "Special One" admite a possibilidade de o Benfica renovar o título, e poder ter uma boa prestação na Liga dos Campeões, algo que nós, benfiquistas, acreditamos ser natural, e provável. Apesar de que, dito por Mourinho, a coisa tem outro sabor...
Também as considerações do treinador do Real Madrid, a propósito da contratação do avançado Rodrigo, são a garantia de que o Glorioso fez uma boa escolha, facto que, não sendo uma novidade, vem confirmar que a nossa política de contratações continua a ser feita de forma criteriosa.
Até aqui, tudo muito bem, mas o melhor estava para vir...
Ao ser questionado sobre a contratação do novo treinador do Porto, que muitos se apressaram a considerar como o novo Mourinho, o "Special One" afirmou o seguinte:
(...)
R – Que comentário lhe merece o facto de o seu antigo adjunto, André Villas-Boas, ser o novo treinador do FC Porto?

JM – Costumo dizer que no futebol já nada me surpreende. Se o FC Porto achou que ele era o treinador indicado, porque não há de ser? Os resultados é que determinam sempre se as decisões tomadas são as mais ou as menos corretas. Muitos podem perguntar porque é que escolheram alguém que nunca foi treinador na vida, a não ser nestes dois ou três meses na Académica. Tudo vai depender dos jogos e dos resultados. Se ganhar tudo é o treinador perfeito. Agora não venham fazer comparações comigo, porque eu quando fui para o FC Porto já tinha trabalho de campo feito, o que é bastante diferente. E ainda assim puseram-me muitos pontos de interrogação. Os resultados que consegui é que acabaram por dar razão à opção feita pelo presidente do FC Porto.
(...)
É José Mourinho no seu melhor! Sem papas na língua e desfazendo equívocos.
E para bom entendedor...

EM BOM PORTUGUÊS...



A RTP iniciou, desde há bastante tempo, no programa "Bom Dia Portugal", uma pequena, mas muito interessante, rubrica, designada "Bom Português". Consiste em inquirir várias pessoas quanto ao modo como se escrevem determinadas palavras, ou se utilizam algumas expressões. Nada mais simples, mas um verdadeiro serviço público, como se pode avaliar pela qualidade das respostas...
Pode parecer difícil imaginar, mas existe muita gente que, querendo referir-se a um pormenor, fala, e escreve, "promenor", como pudemos constatar esta manhã. assim como são muitos os que "pensam de que", em vez de pensarem que...
É uma pequena, mas importante, iniciativa, no sentido de melhorar a qualidade do nosso português, escrito e falado, que merece ser destacada, pela sua simplicidade e objectividade.
Quero, naturalmente, dar os parabéns à RTP pela iniciativa, mas deixar, simultâneamente, uma sugestão:
Porque não repetir a rubrica em horário nobre, por exemplo, durante o Telejornal?
Mais do que um pormenor, seria um reforço do contributo para a correcta aprendizagem da nossa língua, e um grande serviço prestado a muita e boa gente...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

QUEM VÊ CARAS...


Morreu Mário Bettencourt Resendes!
O povo costuma dizer que, "quem vê caras não vê corações", mas, a ser verdade, eu acredito que, o Mário era uma das excepções que confirmam a regra.
Não tive o prazer de o conhecer, pessoalmente, mas o seu rosto e o seu sorriso irradiavam simpatia, a qual, aliada ao seu grande talento e qualidade profissional, muito terá contribuído para lhe granjear o respeito e admiração, não só do público, como também dos seus colegas de profissão.
Que não soubesse, nunca adivinharia que o Mário conviveu, e combateu, durante muitos anos, com a doença que o viria a vitimar, e o modo como sempre lidou com essa situação é revelador da sua grandeza humana.
O Mário foi um grande jornalista, um excelente director, do Diário de Notícias, do qual era, actualmente, Provedor, e revelou-se um lúcido, e perspicaz, comentador televisivo.
Eu, que aprendi a conhece-lo, e admirá-lo, nessa qualidade, atrevo-me a acrescentar, que era um homem bom, baseado em tudo o que li, e ouvi, a seu respeito, ao longo dos anos.
E tenho para mim que os homens bons nunca morrem, que mais não seja porque outros homens bons se encarregarão de não deixar morrer a sua memória e o seu exemplo.
Por isso acredito que, apesar de nos ter deixado, fisicamente, Mário Bettencourt Resendes permanecerá como uma das grandes referências do jornalismo português, e, nessa medida, como um exemplo a seguir, por todos aqueles que decidam fazer do jornalismo profissão.

domingo, 1 de agosto de 2010

OS INCENDIÁRIOS...


Em plena época estival, os incendiários intensificam a sua actividade criminosa.
Uma tragédia para o País, um prazer para eles, que assistem à devastação provocada pela sua obra.
São assim os incendiários, indiferentes à calamidade e ao sofrimento que provocam.
Fazem-no de várias formas, ateando fogos de diversa natureza: nas matas, na política, ou no futebol.
Portugal, infelizmente, está a passar por um período particularmente vulnerável, com as matas a arder, o primeiro-ministro a fritar em lume brando, o seleccionador nacional a ser queimado por uma estrutura federativa que necessita de remodelação urgente...
Está tudo a arder, para gáudio dos incendiários, e para nossa tristeza.
A avaliar pela amostra, esta parece ser uma das especialidades portuguesas, bem ilustrada na arte de grelhar peixes, e carnes, com particular destaque para as sardinhas.
Pena que não se possam exportar incendiários, porque, apesar da maldade para com os nossos pareciros comerciais, decerto resolveríamos o deficit, estrutural, da nossa Balança Comercial...
E ante a perspectiva de manutenção de temperaturas elevadas, e a falta de bombeiros para combater tantos fogos, porque não começarmos a pensar em colocar os nossos incendiários "ao fresco"?
Ganhavam eles, ganhava o País, ganhávamos todos!