quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O PRESIDENTE



As declarações de Cavaco Silva, a propósito de afirmações de dirigentes do PS e do alegado caso das escutas são, no mínimo, incompreensíveis.
Ao proferir aquele discurso, o presidente decidiu tornar público o seu conflito com o primeiro-ministro, e com o partido que acaba de ganhar as eleições, o que não dignifica, em nada, o cargo que exerce.
Que a cooperação institucional, entre Cavaco e Sócrates, tinha deixado de existir, há muito que se sabia. Mas imaginar que o presidente pudesse vir expor, publicamente, a conflitualidade entre eles, era, a meu ver, inimaginável.
O mínimo que se exige de governantes responsáveis, mesmo quando as suas relações pessoais não são as melhores, é que salvaguardem as aparências.
Foi o que fizeram presidentes como Ramalho Eanes e Mário Soares, apesar de se saber que não existia um bom relacionamento com Soares e Cavaco, enquanto chefes do governo.
Cavaco ultrapassou todos os limites, ao transformar divergências pessoais num conflito institucional, criticando, acusando, mas não esclarecendo nada.
Enfim, uma tristeza...


terça-feira, 29 de setembro de 2009

PODIA SER PIOR...


Uma professora dava uma aula aos seus alunos sobre as diferenças entre ricos e pobres.
A Júlia levanta o dedo:
- O meu pai tem tudo: televisão, telescópio, DVD...
- Tudo bem, diz a professora, mas será que tem um barco?
A Júlia reflecte e diz:
- Bem, não...
- Estás a ver, é como eu disse, não podemos ter tudo.
- Professora, disse o Artur. O meu pai tem tudo: ele tem TV, telescópio, DVD, barco...
- Sim, responde a professora, mas será que ele tem um avião particular?
Depois de reflectir, Artur responde:
- Bem, não...
- Estão a ver, não se pode ter tudo na vida, disse a professora.
O Joãozinho levanta o dedo e diz:
- Desculpe senhora professora, mas o meu pai agora é que tem tudo, pois no sábado passado, quando a minha irmã lhe apresentou o seu namorado BENFIQUISTA o meu pai disse:
ERA SÓ O QUE ME FALTAVA!!!

OLIMPÍADAS


Na próxima Sexta-Feira será conhecida a cidade onde vão realizar-se os Jogos Olímpicos de 2016.
Chicago, Madrid, Rio de Janeiro e Tóquio, são as concorrentes, e a escolha terá lugar na Dinamarca, na Casa da Ópera de Copenhaga.
Serão 105 os delegados, representando outros tantos comités olímpicos nacionais, a quem competirá a decisão.
Os Estados Unidos contam com a presença do presidente Obama, para fazer pender a escolha para o seu lado, enquanto o Brasil, aposta no carisma do presidente Lula, e na popularidade de Pelé, para ganhar a corrida.
Recorde-se que o Brasil será o país organizador do Campeonato do Mundo de Futebol, em 2014.
A título de curiosidade, numa comparação entre o último Campeonato do Mundo, na Alemanha, e os Jogos de Pequim, publicada no jornal Estado de São Paulo, organizar os Jogos custou 3,3 vezes mais, enquanto as receitas do Mundial superaram as dos Jogos, em cerca de 40%.
Se muita gente tem dúvidas quanto aos benefícios da organização de um campeonato do mundo de futebol, cujas receitas apenas cobrem 40% das despesas, fica a ideia de que organizar os Jogos é, financeiramente, desastroso, pois a receita total, em Pequim, não chegou a cobrir 10% dos custos envolvidos.

PALHAÇOS...


Desde criança que me habituei a ter um profundo respeito pelo palhaços.
Não porque tenha sido um frequentador, na verdade, até fui ao circo muito poucas vezes, mas porque os meus pais me ensinaram que, nessa arte de fazer rir, nem tudo são rosas, bem pelo contrário...
Mas o meu respeito pelos palhaços, do circo, que é enorme, contrasta com o que tenho pelos "palhaços da vida", e conheço tantos...
Os meus 55 anos de vida ensinaram-me que cada vez sei menos, e que as "certezas" do passado se transformaram em incertezas do presente, e do futuro...
Mas também aprendi que, para os "palhaços da vida", não existem dúvidas, nem incertezas, porque a sua vida não passa de um circo, de péssima qualidade...
Afinal, para eles, a vida não passa de uma palhaçada, no pior sentido do termo...

DIVERTIMENTO...


José Sócrates, apesar do seu ar sisudo, deve estar divertido !
Ele, que até tem um ar "fechado", e um pouco arrogante, como convém a quem está convicto das suas capacidades, deve estar a rir-se, interiormente, com tantos conselhos que recebe, dos vários quadrantes e sensibilidades...
O senhor Presidente da República, que, ao que consta, não teve, sequer, a amabilidade de lhe dar os parabéns, como seria de bom tom, está a caminho de vir a ser mais um "ex", sem honra, nem glória, tal como aconteceu com o general Ramalho Eanes, de má memória...
Num momento em que a Drª Ferreira Leite está sob pressão, para abandonar a liderança, antevendo-se mais uma "noite de facas longas no PSD", Cavaco não deverá resistir a intervir na escolha do sucessor, para um lugar que considera seu...
Aguardam-se as suas declarações, mas nem por isso deixará de ser um presidente enfraquecido, aquele que se dirigirá ao País...
Afinal, como diriam os meus avós, "quem semeia ventos colhe", directa, ou indirectamente, "tempestades"...
Ou muito me engano, ou Sócrates vai governar sozinho, sem coligações.
E é bom que Cavaco se prepare, ao telefone, ou não, para colher a "tempestade" dele....


PSICÓLOGA


Um homem entra num restaurante e vê uma mulher, muito bonita, sozinha numa mesa.
Ele se aproxima e pergunta:
-Estou vendo você sozinha nessa mesa. Posso sentar-me e fazer-lhe companhia?
Escandalizada a mulher berra:
-Seu mal-educado!!! Transar comigo? Você acha que eu sou o quê?
O restaurante todo ouviu.
O rapaz, não sabendo onde pôr a cara tenta consertar:
-Eu só queria lhe fazer companhia, mais nada.
-E você insiste!!! Atrevido!!!
O rapaz sai de fininho, e vai sentar-se no outro canto do restaurante, cabisbaixo.
Depois de alguns minutos, a mulher se levanta e vai até a mesa dele e diz baixinho:
-Me desculpe pela forma como eu o tratei.... é que sou psicóloga e estou estudando as reacções das pessoas em situações inusitadas...
E o homem berra:
-MIL REAIS??? VOCÊ ESTÁ LOUCA!!! NENHUMA PROSTITUTA VALE ISSO!!!

TER UM BLOGUE...

Ter um blogue é uma coisa fantástica, sobretudo se nos lembrarmos, os "cotas" como eu, das amizades que se perderam, por falta de comunicação...
Uma das grandes maravilhas da tecnologia é, a meu ver, essa possibilidade de não perdermos o contacto com as pessoas de quem gostamos !
E como eu queria que o telemóvel, o "Twitter", o "Facebook", tivessem sido coisas da minha juventude, pois não teria perdido o contacto com o Henrique, o Pintassilgo, o "Barcelos", o Pinhão, o Pisco, ou o Horácio, meus grandes amigos do Liceu, que eu posso até nem voltar a ver mais, mas que serão meus Amigos para a eternidade...
Eles foram o grupo, a que tive o privilégio de pertencer, que imortalizará o Liceu Nacional de Sintra, ou o Passos de Sintra, como nós mais gostávamos, conhecido como os "Irmãos da Balda".
Coisas da juventude, mas inesqueciveis...
Claro que ter um blogue também dá exposição, embora o meu objectivo, como já referi, várias vezes, seja o de poder deixar aos meus netos, directamente, as opiniões do avô, sobre os mais diferentes temas...
Naturalmente que isso me obriga a "aceitar" os comentários de um "anónimo", cobarde, frustrado, e infeliz, que sem saber lidar com as suas frustrações, e "a mando" de terceiros, encontra a sua realização na provocação, na calunia, e no insulto, sob a capa do anonimato, é claro, como convém a todos os homens "corajosos"...
"Abençoados os pobres de espírito..." dizem os católicos.
Acreditem, ou não, isso acontece, vindo de um cobarde "regular", a "soldo", porque eu sei bem de quem se trata, mas prefiro, nesta matéria, seguir a recomendação da minha avó Rogélia:
-Meu filho, vozes de burro não chegam ao Céu !
E eu acredito !
Como dizia o meu avô Chico, "quem é parvo pede a Deus que o mate e ao Diabo que o carregue"...
Mas quero aqui deixar claro que, é um prazer, e quero agradecer-vos por isso, ter quem se interesse pelo que eu escrevo, e todos, sem excepção, podem ter a certeza de que continuarei a escrever o que penso, sem ofender quem quer que seja, mas defendendo os princípios e valores que herdei dos meus pais e avós, e de que muito me orgulho.
Quem não gostar, não leia, não venha até este espaço...
Nalguns casos, por miseráveis, até agradeço, embora saiba lidar com eles...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

BALANÇO


Quando passam 100 dias desde que Jorge Jesus assumiu a responsabilidade pelo comando técnico da equipa do Benfica, o balanço é extremamente positivo.
Praticando bom futebol, marcando muitos golos, revelando alegria e ambição, este Benfica não tem, decididamente, nada que ver com o dos últimos anos.
Alguns dirão que é preciso aguardar mais um tempo, mas o que me parece inequívoco é que estamos, finalmente, no bom caminho.
Já não era sem tempo...
Que o Glorioso possa continuar a ganhar, e a dar espectáculo, é o meu desejo, e, estou certo, o de todos os sócios, e simpatizantes, do Clube.

UNESCO


Um pouco por todo o mundo, as mulheres assumem, de forma crescente, um papel mais importante.
Agora foi a vez da búlgara Irina Bokova ser eleita directora-geral da UNESCO, substituindo o japonês Koichiro Matsuura.
A senhora Bokova, que já era embaixadora da Bulgária na UNESCO, e em França, tornou-se a primeira mulher a exercer este cargo.
Esperemos que esta ascensão das mulheres, que, naturalmente, saúdo, possa contribuir para tornar mais humano este mundo em que vivemos...

ATÉ A BARBIE...


Nada como começar a semana com boa disposição !
O sujeito lembra-se que é aniversário de sua filha e que ainda não havia comprado seu presente. Ele pára seu carro diante de uma loja de brinquedos, entra e pergunta á vendedora:
- Quanto custa a Barbie que está na vitrine ?
De uma forma educada a vendedora responde:
-Qual Barbie?
Pois nós temos:
*Barbie vai a academia por R$ 19,95
*Barbie joga volley por R$ 19,95
*Barbie vai as compras por R$ 19,95
*Barbie vai a praia por R$ 19,95
*Barbie vai dançar por R$ 19,95
*Barbie advogada divorciada por R$ 265,95.
O cara, assombrado, pergunta:
- Por que a Barbie advogada divorciada custa R$ 265,95, enquanto as outras custam apenas R$ 19,95?
A vendedora responde:
-Senhor, a Barbie ADVOGADA DIVORCIADA vem com:
O carro do Bob,
A casa do Bob,
A Lancha do Bob,
O trailler do Bob,
Os móveis do Bob,
O celular do Bob....

domingo, 27 de setembro de 2009

SÓCRATES

O Partido Socialista venceu as eleições legislativas, com cerca de 36,6% dos votos.
Mas o grande vencedor da noite foi, sem dúvida, José Sócrates, que teve de enfrentar uma conjuntura adversa e ataques de todos os quadrantes...
Sem a maioria absoluta, o primeiro ministro vai enfrentar uma nova fase da sua governação, restando saber o que fará, em matéria de apoios parlamentares.
É natural que se decida por governar sem coligações, o que o obrigará a fazer concessões, e a adoptar uma postura mais dialogante do que aquela a que nos habituou...
Aguardemos...

OPÇÕES...






Num banquete...

PADRE E O RABINO

Num banquete, botaram um padre católico sentado ao lado de um rabino judeu.
O padre, querendo gozar o rabino, enche o prato com pedaços de um suculento leitão e depois oferece para o "colega".
O rabino recusa, dizendo: - Muito obrigado, padre, mas...não sabe que a minha religião não nos permite comer carne de porco ?
- Noooossa! Que religião esquisita! Comer leitão é uma delííícia! -comenta o padre com ironia.
Na hora da despedida, o rabino chega e diz para o padre: - Mande minhas recomendações a sua mulher!
E o padre, espantado: - Minha mulher? Não sabe que a minha religião não permite o casamento de sacerdotes?
Ao que o rabino responde: - Noooossa! Que religião esquisita! Comer mulher é uma delííícia!!!Mas, se você prefere leitão....

sábado, 26 de setembro de 2009

ÓBVIO...


Numa uma escola muito heterogénea, onde estudam alunos de várias classes sociais, durante uma aula de português, a professora pergunta:
- Qual é o significado da palavra 'óbvio'?
Rapidamente, Luana, menina rica, uma das mais aplicadas alunas da classe, respondeu:
- Prezada professora, hoje acordei bem cedo, depois de uma óptima noite de sono no conforto do meu quarto. Desci a enorme escadaria de nossa residência e dirigi-me à copa, onde era servido o café. Depois de me deliciar, fui até a janela que tem vista para o jardim de entrada. Percebi que se encontrava guardado na garagem o automóvel BMW do meu pai. Pensei com meus botões:
- É ÓBVIO que meu pai foi ao trabalho de Audi.
Sem querer ficar para trás, Luiz Cláudio Wilson, de uma família de classe média, acrescentou:
- Professora, hoje eu não dormi muito bem, porque meu colchão é meio duro. Eu consegui acordar assim mesmo, porque pus o despertador ao lado da cama. Levantei-me meio zonzo, comi um pão meio muxibento e tomei café. Quando saí para a escola, vi que o fusca do papai estava na garagem. Imaginei:
- É ÓBVIO que o papai não tinha dinheiro para gasolina, foi trabalhar de busão.
Embalado na conversa, Wandercleison Maicon Jáqueson, de classe baixa (é óbvio), também quis responder:
- Fessora, hoje eu quase não drumi, porquê teve tiroteio até tarde na favela. Só acordei de manhã porque tava morrendo de fome, mas não tinha nada pra cumê mesmo... quando olhei pela janela do barracão, vi a minha vó com o jornal debaixo do braço e pensei:
- É ÓBVIO que ela vai cagá. Num sabe lê!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

GRIPE...


Com o dramatismo do costume, correu a notícia da morte do primeiro paciente com gripe A, em Portugal.
Mais tarde, o hospital veio explicar que não, que o falecimento do infeliz paciente não estava relacionado com a famosa gripe.
Agora que as vacinas já estão encomendadas, que os governos já gastaram fortunas para prevenir a suposta pandemia, talvez já vá sendo tempo de abrandar o alarmismo...
A juntar ás vacas e ás aves, agora são os suínos que devem estar divertidissimos com esta mania de os outros animais, que somos nós, lançarem avisos de pandemia, com eles relacionados...
Quantas pessoas morreram em consequência da "mad cow desease" ? E da "gripe das aves" ?
E quanto gastaram os governos em vacinas, e as populações em medicamentos ?
Quem beneficiou com o pânico gerado em torno dessas supostas "pandemias" ?
As respostas a estas três questões, que poderiam constituir outros tantos temas para interessantes investigações jornalísticas, talvez nos ajudassem a contextualizar a "pandemia" actual...
Ou muito me engano, ou para além dos animais envolvidos, quem se deve estar a rebolar a rir são os laboratórios e a indústria farmacêutica...

LEGISLATIVAS 2009

A campanha eleitoral está a terminar.
No domingo, os portugueses decidirão quem deverá escolher o novo chefe do governo, para os próximos quatro anos, ainda que sejam muitos os que antecipam que esta legislatura não chegará ao fim...
O Partido Socialista, ao que tudo indica, será o vencedor, ainda que sem maioria absoluta, restando saber quais serão as opções de José Sócrates, em matéria de coligações, ou não.
Depois de "varrida a casa" e "lavada alguma roupa suja", como sempre acontece nestes períodos, é tempo de o país político acalmar, e concentrar as suas atenções na resolução dos verdadeiros problemas.
Claro que ainda é preciso esperarmos pelas eleições autárquicas, para que o país volte á normalidade, mas é bom que isso aconteça com a maior brevidade possível.
Que o país tem vários problemas para resolver, vários deles de natureza estrutural, todos estamos fartos de saber, por isso é recomendável que a classe política seja capaz, de uma vez por todas, de colocar os interesses do país acima dos interesses partidários...
Do novo governo será legítimo esperar-se determinação e empenho, na resolução dos problemas, e menos arrogância...
Da oposição deseja-se um comportamento responsável, não cavalgando as ondas de facilitismo que, como espero que estas eleições demonstrem, não são, eleitoralmente, compensadoras...
A Justiça e a Educação deverão constituir prioridades, com particular destaque para a primeira, sendo que Economia e Finanças serão omnipresentes...
Enquanto Portugal não resolver os principais bloqueios que afectam a Justiça, não será possível o regular funcionamento da economia...
De igual modo, enquanto não resolvermos os problemas da Educação, não será de admirar que continuemos na cauda da Europa...
Nós, portugueses, carregamos o "fado" connosco, mas o choradinho, o da desgraçadinha, e já vai sendo tempo de passarmos ao fado corrido, mais alegre e sem fatalismos...
Somos um país pequeno, no território, mas que tem conseguido feitos extraordinários, quer a nível individual, quer colectivo.
Chega de lamúria e lamechice !
É tempo de aprendermos com os erros, fazermos as reformas necessárias e enfrentarmos o futuro com optimismo, valorizando o que temos de melhor.
Esperemos que o novo governo possa iniciar um novo ciclo...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

REUNIÃO DO G-20



Depois de Londres, os líderes do G-20, o grupo dos 20 maiores países do mundo, volta a reunir-se hoje, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Muita água passou por debaixo das pontes, desde essa reunião em Londres, quando a crise financeira estava no auge, e este encontro terá lugar num momento em que "o pior já passou"...
Por isso, não é de esperar que possa vir a existir um entendimento quanto á desejada coordenação das políticas a adoptar...
A avaliar pelo que tenho lido, os temas em agenda são diversos, desde os desequilíbrios globais, no comércio internacional, ás políticas de reversão das medidas de emergência, adoptadas durante a crise, para diminuir os deficits orçamentais, com passagem pela imposição de restrições ás remunerações dos executivos.
Só que estes temas, tal como os que se prendem com a determinação do "rácio de capital" dos bancos, do qual depende a sua capacidade de endividamento, ou a reforma das instituições multilaterais, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, para aumentar o peso dos relativo dos BRIC's (Brasil, Rússia, Índia e China), estão longe de ser consensuais...
E com as economias em fase de recuperação, é "natural" que aumente a tendência dos países para privilegiarem os seus interesses nacionais, e regionais, em detrimento da coordenação, global.
Se a união, e o consenso, na aflição, foi relativamente fácil, num cenário de recuperação económica as coisas tendem complicar-se...
Mas atento o modo diverso como a crise afectou as economias, prescrever um remédio comum, para tratar doenças diferentes, talvez nem seja o mais adequado...

ASFIXIA...



Manuela Ferreira Leite fala de asfixia democrática e, a meu ver, tem, parcialmente, razão.
O comportamento de Alberto João Jardim, para com os seus opositores, merece, no mínimo, ser considerado como asfixiante. As suas afirmações, revelam, em geral, falta de educação...
A Drª Ferreira Leite enganou-se no local escolhido para se referir á asfixia, mas os portugueses entendem...
Também não deixa de ter razão, quando se analisa o caso das escutas a Belém, porque esta coisa de um assessor do presidente, seu amigo de longa data, e militante do PSD, encomendar uma notícia a um jornalista, para comprometer o primeiro-ministro, é reveladora desse sintoma...
Tem, com certeza, razão, quando verificamos que, políticos, jornalistas e magistrados se juntam, para montarem uma denúncia, "anónima", para comprometer o primeiro-ministro...
E volta a ter razão, quando pensamos que, um candidato a primeiro-ministro, mesmo a "brincar", e com certas coisas não se brinca, teve o atrevimento de sugerir a suspensão, temporária, da democracia, como solução para os problemas do país...
A asfixia existe, com certeza, quando todos os que são pagos com dinheiros públicos tentam silenciar, ou incriminar, os seus opositores, de forma ilegítima, ou entendem que a resolução dos problemas do país passa por silenciar, mesmo que temporariamente, os opositores.
Manuela Ferreira Leite tem razão, quando se refere a asfixia, só esteve mal ao considerá-la "democrática"...


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

MIGUEL SOUSA TAVARES


Miguel Sousa Tavares esteve em destaque, em São Paulo, Brasil, a propósito do lançamento do seu novo livro "No Teu Deserto", comercializado pela Companhia das Letras, com sessão de autógrafos no passado dia 21, na Avenida Paulista.
Em entrevista intitulada "De Namoro com o Brasil", publicada na Veja, de 16 de Setembro, o escritor considera Lisboa "uma cidade um bocado melancólica", e diz que, no Rio de Janeiro, fica "feliz, logo que se abre a porta do avião".
Segundo a Veja, Sousa Tavares está a considerar, seriamente, a possibilidade de se mudar para o Rio, o que, não sendo uma novidade, seria, a meu ver, uma pena.
O espírito crítico e a irreverência de Miguel Sousa Tavares fazem falta a Portugal, onde são poucas as vozes que ousam desafiar os poderes instalados...
Sou admirador da escrita de Sousa Tavares, que a considera "como um serviço prestado aos outros". "Por isso, vendo os livros, não os dou.", afirma.
No que me respeita, irei comprar, e ler, mais este, com o maior prazer !

AINDA A FÓRMULA 1



A decisão da FIA, de banir Flávio Briatore, e Symonds, da Fórmula 1 era o mínimo que se poderia esperar, face á batota e total falta de desportivismo reveladas.
Já quanto a Nelsinho, que beneficiou do facto de ter sido o denunciante, a decisão parece-me incompreensível.
Um piloto que aceita fazer batota, a troco da sua continuação na equipa, colocando em risco a vida dos seus adversários, merecia pena pesada. Sobretudo quando o "arrependimento" veio tardio, e a denúncia só aconteceu um ano após consumado o seu despedimento.
Se tivesse renovado o seu contrato com a Renault, teria Nelsinho denunciado a batota?
O castigo á Renault, podendo parecer leve, teve em consideração o receio de que a escuderia pudesse abandonar a Fórmula 1, e atendendo a que castigou, de forma pesada, os responsáveis, aceita-se que a FIA não tenha ido mais longe.
Mas não deixa de ser estranho que Fernando Alonso tenha ficado alheio a tudo o que se passou...
Em Singapura, não sabia de nada, apesar de ter sido o principal beneficiado, em condições muito estranhas...
Nelsinho, tal como Fernando Alonso, que denunciou a espionagem da McLaren à Ferrari, porque alegava não estar a ter o mesmo tratamento que Hamilton, em 2007, não foram castigados pelo seu comportamento antidesportivo, apesar das denúncias tardias.
Infelizmente, na Fórmula 1, existem situações em que o crime compensa...!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O EQUÍVOCO...


Para o professor Marcelo Rebelo de Sousa, a questão das eventuais escutas em Belém, não passou de um "equívoco"...
Já o Dr Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, prefere falar de um "clima de medo e de intimidação", da responsabilidade de José Sócrates, comparando o primeiro ministro a Hugo Chavéz, aproveitando para meter no mesmo saco os casos TVI e Público, que considera como casos de "condicionamento"...
Só que se "esqueceu" de nos dizer se considera normal um assessor do presidente encomendar, alegadamente em nome deste, a publicação de artigos a comprometer o primeiro-ministro...
É claro que, como é normal, com o aproximar das eleições, José Sócrates e o seu governo serão o bombo da festa, por parte de todas as outras forças políticas, mas tudo tem limites...
Afinal, que confiança pode merecer uma alternativa que, em vez de condenar qualquer tentativa de manipulação da informação, ou do seu condicionamento, apenas se preocupa em atacar os adversários, legitimando o comportamento dos "seus", mesmo quando ilegítimos ?
Ficámos a saber que, o caso da encomenda de uma notícia, a um jornalista do Público, feita por um assessor de Cavaco, foi um equívoco, e a sua divulgação, um "condicionamento" da liberdade de informação...
Talvez Rangel tenha razão, e esteja mesmo em causa a "defesa das liberdades", uma das quais é a de não permitirmos que os políticos, em geral, nos tratem como débeis mentais.
Ou estarei equivocado ?

PORTUGALIS...



Era um navio da FCE (Frota da Comunidade Europeia), o Portugalis, que atravessava um período conturbado, quer por problemas de organização interna, quer porque o mar encapelado, um pouco por todo o lado, estava a causar estragos em todas as embarcações da frota...
O comandante, eleito há 3 anos, zangara-se com o imediato, a propósito da definição da melhor rota para os Açores, e parecia disposto, agora que se aproximava a data da escolha do novo imediato, a influenciar a sua futura eleição.
Isto apesar do Código da Marinha garantir a independência do comandante em processos eleitorais e exigir a sua isenção.
A tripulação, que se organizara em grupos, em função dos seus interesses, não parecia muito empenhada no processo eleitoral que se aproximava, apesar da importância da escolha.
Afinal, já tinham sido tantos os comandantes, e imediatos, e tantas as promessas por cumprir, que uma parte significativa admitia abster-se na próxima votação, tal como tinha acontecido na eleição para o ECSP (European Community Shipping Parliament).
Mas voltando ao Portugalis, a agitação era enorme, com acusações permanentes, ao imediato, que iam desde o possível recebimento de comissões pela aprovação do embarque de mercadorias, num “freeport”(porto livre), até á espionagem do camarote do comandante, ainda que nenhuma delas comprovada. Houve, até, quem sugerisse que comprara a sua carta de marear, pretendendo desqualificá-lo para o exercício da função...
As medidas de racionalização que o imediato tomara, logo após a sua nomeação, em matéria de saúde, ensino, e justiça, entre outras, foram extremamente impopulares para os sectores mais poderosos da tripulação, pouco habituados, e contrários, a tudo o que fossem verdadeiras reformas, e isso contribuíra para aumentar os seus opositores...
Claro que o mau feitio, e arrogância, do imediato facilitaram o seu decréscimo de popularidade, sendo certo que, caso volte a ser escolhido, não conseguirá o apoio da maioria, absoluta, da tripulação.
A principal concorrente do imediato era a oficial da messe, que já integrara o conselho de oficiais, ao tempo em que o actual comandante exercera funções de imediato.
A sua candidatura, a princípio incipiente, ia ganhando força junto da tripulação, não tanto pela sua acção, mas por omissão, seguindo o velho ditado segundo o qual “burro calado passa por esperto”.
Aliás, começava a ser voz comum, entre a tripulação, que, cada vez que a oficial da messe abria a boca, ou entrava mosca, ou saía asneira...
Alguns boletins diários, com destaque para o Publimaris, percebendo a fase descendente do imediato, junto da tripulação, encarregavam-se de acentuar a pressão, seguindo um princípio que, embora contrário ao direito, funciona perfeitamente em política, ou seja, na dúvida, contra o réu...
E o comandante, percebendo o momento favorável, não só optou por gerir, cuidadosamente, os seus silêncios, como decidiu influenciar a campanha, em favor da oficial da messe, com a estória das escutas ao seu camarote...
Só que, num gesto pouco comum entre os boletineiros, o Noticialis, um boletim muito lido a bordo, resolveu publicar provas do envolvimento do comandante, e dos seus próximos, na tentativa de comprometer o imediato nas escutas, envolvendo, também, o director do Publimaris no processo...
A confusão foi total total, havendo até quem diga que a imagem do comandante ficará seriamente abalada com este episódio, sobretudo depois de ele se recusar a esclarecer o seu envolvimento, antes da escolha do novo imediato...
Acordei !
Afinal, estava a sonhar...
Não sei o que originou este sonho, mas tenho a certeza que alguma semelhança com a realidade só pode ser mera coincidência...

domingo, 20 de setembro de 2009

O PROVEDOR



O Provedor dos Leitores do jornal Público publicou o texto que abaixo reproduzo, o qual, a meu ver, dispensa comentários...
Afinal, em que país vivemos ?...


Domingo, 20 de Setembro de 2009

A questão principal

O caso das escutas de Belém suscita a mais preocupante das perguntas: terá este jornal uma agenda política oculta?
Na primeira ocasião (em Querença) Cavaco não foi confrontado com a pergunta que devia ser feita, sobre a sua responsabilidade política no caso.

Na sequência da última crónica do provedor, instalou-se no PÚBLICO um clima de nervosismo. Na segunda-feira, o director, José Manuel Fernandes, acusou o provedor de mentiroso e disse-lhe que não voltaria a responder a qualquer outra questão sua. No mesmo dia, José Manuel Fernandes admoestou por escrito o jornalista Tolentino de Nóbrega, correspondente do PÚBLICO no Funchal, pela resposta escrita dada ao provedor sobre a matéria da crónica e considerou uma “anormalidade” ter falado com ele ao telefone. Na sexta-feira, o provedor tomou conhecimento de que a sua correspondência electrónica, assim como a de jornalistas deste diário, fora vasculhada sem aviso prévio pelos responsáveis do PÚBLICO (certamente com a ajuda de técnicos informáticos), tendo estes procedido à detecção de envios e reenvios de e-mails entre membros da equipa do jornal (e presume-se que também de e para o exterior). Num momento em que tanto se fala, justa ou injustamente, de asfixia democrática no país, conviria que essa asfixia não se traduzisse numa caça às bruxas no PÚBLICO, que sempre foi conhecido como um espaço de liberdade.A onda de nervosismo, na verdade, acabou por extravasar para o próprio mundo político, depois de o Diário de Notícias ter publicado anteontem um e-mail de um jornalista do PÚBLICO para outro onde se revelava a identidade da presumível fonte de informação que teria dado origem às manchetes de 18 e 19 de Agosto, objecto de análise do provedor. A fuga de informação envolvia correspondência trocada entre membros da equipa do jornal a propósito da crónica do provedor. O provedor, porém, não denuncia fontes de informação confidenciais dos jornalistas – sendo aliás suposto ignorar quem elas são –, e acha muito estranho, inexplicável mesmo, que outros jornalistas o façam. Mas, como quem subscreve estas linhas não é provedor do DN, sim do PÚBLICO, nada mais se adianta aqui sobre a matéria, retomando-se a análise suspensa há oito dias.Em causa estavam as notícias dando conta de que a Presidência da República estaria a ser alvo de vigilância e escutas por parte do Governo ou do PS. O único dado minimamente objectivo que a fonte de Belém, que transmitiu a informação ao PÚBLICO, adiantara para substanciar acusação tão grave no plano do funcionamento do nosso sistema democrático fora o comportamento “suspeito” de um adjunto do primeiro-ministro que fizera parte da comitiva oficial da visita de Cavaco Silva à Madeira, há ano e meio. As explicações eram grotescas – o adjunto sentara-se onde não devia e falara com jornalistas –, mas aceites como válidas pelos jornalistas do PÚBLICO, que não citavam qualquer fonte nessa passagem da notícia (embora tivessem usado o condicional).A investigação do provedor iniciou-se na sequência de uma participação do próprio adjunto de José Sócrates, Rui Paulo Figueiredo, queixando-se de não ter sido ouvido para a elaboração da notícia, apesar de Tolentino de Nóbrega ter recolhido cerca de seis meses antes a sua versão dos factos. O provedor apurou que na realidade Tolentino de Nóbrega, por solicitação de um dos autores da notícia, o editor Luciano Alvarez, já compulsara no Funchal, logo após a visita de Cavaco Silva, e enviara para a redacção informações que convergiriam com aquilo que Rui Paulo Figueiredo lhe viria a afirmar um ano depois (e que o correspondente entendeu não ter necessidade de comunicar a Lisboa, convencido de que o assunto morrera). Esses dados, contudo, não haviam sido utilizados na notícia (foi por tê-lo dito na crónica que o provedor recebeu de José Manuel Fernandes o epíteto de mentiroso, não tendo recebido entretanto as explicações que logo lhe pediu). O provedor inquirira José Manuel Fernandes e Luciano Alvarez sobre as razões dessa omissão mas não obtivera resposta.Quanto ao facto de não se ter contactado o visado para a produção da notícia, como preconiza o Livro de Estilo do PÚBLICO (“qualquer informação desfavorável a uma pessoa ou entidade obriga a que se oiça sempre ‘o outro lado’ em pé de igualdade e com franqueza e lealdade”), respondeu Luciano Alvarez ao provedor: “Ao fim do dia da elaboração da notícia, eu próprio liguei para Presidência do Conselho de Ministros, para tentar uma reacção de Rui Paulo Figueiredo, mas ninguém atendeu. Cometi um erro, pois deveria ter, de facto, ligado para São Bento, pois sabia bem que era aí que Rui Paulo Figueiredo habitualmente trabalhava, já que uma vez lhe tinha telefonado para São Bento para elaboração de outra notícia”.Numa matéria desta consequência, em que se tornaria crucial ouvir o principal protagonista, o provedor regista a aparente escassa vontade de encontrar Rui Paulo Figueiredo, telefonando-se ao fim do dia (em que presumivelmente já não estaria a trabalhar) e para o local que o jornalista sabia ser errado. A atitude faz lembrar os métodos seguidos num antigo semanário dirigido por um dos actuais líderes políticos (que por ironia tinha por objectivo destruir politicamente Cavaco Silva, então primeiro-ministro), mas não se coaduna com a seriedade e o rigor de que deve revestir-se uma boa investigação jornalística. Se o jornal já possuía a informação há ano e meio, porquê telefonar à figura central pouco antes do envio da edição para a tipografia? É um facto que Rui Paulo Figueiredo, segundo afirmou ao provedor, estava então de férias, mas isso não desculpa a insignificância do esforço feito para o localizar.Também José Manuel Fernandes reconheceu ao provedor “o erro de tentar encontrar Rui Paulo Figueiredo na Presidência do Conselho de Ministros e não directamente na residência oficial do primeiro-ministro”, acrescentando porém: “Tudo o mais seguiu todas as regras, e só lamentamos que os recados deixados a Rui Paulo Figueiredo não se tenham traduzido numa resposta aos nossos jornalistas, que teria sido noticiada de imediato, antes no envio de uma queixa ao Provedor – a resposta não impediria que se queixasse na mesma, mas impediu-nos de noticiar a sua posição e de lhe fazer mais perguntas”.O provedor considera porém que nem “tudo o mais seguiu todas as regras”. As notícias do PÚBLICO abalaram os meios políticos nacionais, e o próprio primeiro-ministro as comentou considerando o seu conteúdo “disparates de Verão”. O assunto era pois suficientemente grave para o PÚBLICO, como o jornal que lançou a história, confrontar a sua fonte em Belém com uma alternativa: ou produzia meios de prova mais concretos acerca da suposta vigilância de que a Presidência da República era vítima (que nunca surgiram) ou teria de se concluir que tudo não passava de um golpe de baixa política destinado a pôr São Bento em xeque. Não tendo havido qualquer remodelação entre os assessores do Presidente da República nem um desmentido de Belém, era aliás legítimo deduzir que o próprio Cavaco Silva dava cobertura ao que um dos seus colaboradores dissera ao PÚBLICO. Mais significativo ainda, o PÚBLICO teria indícios de que essa fonte não actuava por iniciativa própria, mas sim a mando do próprio Presidente – e essa era uma hipótese que, pelo menos jornalisticamente, não poderia ser descartada. Afinal de contas, o jornal até podia ter um Watergate debaixo do nariz, mas não no sentido que os seus responsáveis calculavam.No prosseguimento da cobertura do caso, o passo seguinte do PÚBLICO deveria, logicamente, consistir em confrontar o próprio Presidente da República com as suas responsabilidades políticas na matéria. Tendo o provedor inquirido das razões dessa inacção, respondeu José Manuel Fernandes: “O PÚBLICO tratou de obter um comentário do próprio Presidente, mas isso só foi possível quando este, no dia 28 [de Agosto], compareceu num evento em Querença previamente agendado, ao qual enviámos o nosso correspondente no Algarve. Refira-se que, quando percebemos que não conseguiríamos falar directamente com o Presidente para a sua residência de férias, verificámos a sua agenda para perceber quando ia aparecer em público, tendo notado que a notícia saíra da Casa Civil exactamente antes de um período relativamente longo em que o Presidente não tinha agenda pública”.Em Querença, Cacaco Silva limitou-se porém a invocar “os problemas do país” e a apelar para “não tentarem desviar as atenções desses problemas”, tendo faltado a pergunta essencial: como pode o Presidente fazer declarações altruístas sobre a situação nacional e ao mesmo tempo caucionar (se não mesmo instigar) ataques abaixo da cintura lançados de Belém sobre São Bento? E, como qualquer jornalista político sabe, havia muitas maneiras de confrontar a Presidência da República com a questão e comunicar ao público a resposta (ou falta dela), não apenas andando atrás do inquilino de Belém.Do comportamento do PÚBLICO, o provedor conclui que resultou uma atitude objectiva de protecção da Presidência da República, fonte das notícias, quanto aos efeitos políticos que as manchetes de 18 e 19 de Agosto acabaram por vir a ter. E isto, independentemente da acumulação de graves erros jornalísticos praticados em todo este processo (entre eles, além dos já antes referidos, permitir que o guião da investigação do PÚBLICO fosse ditado pela fonte de Belém), leva à questão mais preocupante, que não pode deixar de se colocar: haverá uma agenda política oculta na actuação deste jornal?

Noutras crónicas, o provedor suscitou já diversas observações sobre procedimentos de que resulta sempre o benefício de determinada área política em detrimento de outra – não importando quais são elas, pois o contrário seria igualmente preocupante. Julga o provedor que não é essa a matriz do PÚBLICO, não corresponde ao seu estatuto editorial e não faz parte do contrato existente com os leitores. É pois sobre isso que a direcção deveria dar sinais claros e inequívocos. Não por palavras (pois a coisa mais fácil é pronunciar eloquentes declarações de isenção), mas sim por actos.

Publicada em 20 de Setembro de 2009

ESPECTÁCULO


Mais um hino ao futebol, no campeonato inglês, no no "derby" de Manchester, entre o United e o City, que os donos da casa venceram por 4 a 3.
O jogo teve de tudo, um ambiente maravilhoso, emoção, lances bonitos, incerteza do resultado, até ao minuto final, e muitos golos.
Os dois treinadores, na foto, estão de parabéns, assim como todos os atletas participantes e os espectadores, que, como sempre, deram um verdadeiro espectáculo de como apoiar a sua equipa.
Assim vale a pena ir ao futebol...

sábado, 19 de setembro de 2009

RECORDAÇÃO...


No dia 19 de Setembro de 1966, a minha mãe encontrou a morte, na estrada, no regresso de férias.
Ironicamente, o carro em que se deslocava, que era propriedade de um colega do meu pai, que o conduzia, havia sido comprado com dinheiro emprestado pela minha avó materna...
Dir-se-ia que por milagre, atento o estado em que ficou o carro, o meu pai conseguiu sobreviver aos múltiplos traumatismos e lesões...
É o meu primeiro ano sem os dois, que aparecem na foto acima, no parque Maria Luísa, em Sevilha. É uma das últimas fotos que tenho deles...
Sem querer ser lamechas, direi, apenas, que, se Deus existe, Ele estava distraído naquela manhã de Segunda-Feira...
Com a morte da minha mãe percebi, ainda que de forma cruel, como era grande o amor que o meu pai tinha por ela, continuando a recordá-la até ao fim dos seus dias, e como era nobre de carácter o meu pai, e o amor que nutria pelos filhos...
Os meus pais eram católicos, praticantes, e neste dia de profunda tristeza para mim, resta-me o consolo de o meu filho poder ter razão, quando me disse, no hospital, logo após a morte do meu pai:
"O avô cumpriu a sua vontade. Foi juntar-se á avó lá em cima, para serem felizes como foram cá em baixo...".
Aos dois, aqui fica a minha homenagem, com uma enorme saudade...

QUO VADIS ?






O Diário de Notícias transcreveu o "e-mail" que esteve na base da notícias sobre as alegadas escutas telefónicas a Belém, que tomo a liberdade de aqui reproduzir.
Faço notar que, Fernando Lima é, nem mais, nem menos, do que o Assessor de Comunicação do Presidente da República.
O Presidente, quando confrontado com a notícia, informou que não falaria do assunto, até ás eleições...
Um estranho silêncio, atentas as responsabilidades que lhe são atribuídas pela Constituição da República Portuguesa, e que passo a citar:

Artigo 120.º
Definição
O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.

Confesso que me faltam adjectivos para qualificar o comportamento de Cavaco Silva, mesmo dando de barato que se possa ter zangado com José Sócrates, e pretenda dar uma mãozinha eleitoral á sua amiga Manuela.
Ao encomendar notícias aos jornais, para comprometer o primeiro-ministro, Cavaco Silva traiu a confiança dos portugueses que nele votaram e demonstrou não estar á altura do cargo que desempenha.
Já aqui tinha manifestado a minha indignação face ao silêncio do Presidente, perante um assunto de tal gravidade, mas depois da revelação deste "e-mail", que não foi desmentido, e o comentário do presidente, apenas me resta perguntar:

"Quo Vadis" Portugal ?

Revelação
O "e-mail" que denuncia as escutas (transcrição)
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De: Luciano AlvarezEnviado: quarta-feira, 23 de Abril de 2008 14:18Para: José Tolentino Nóbrega

Assunto: Lê
Caro Tolentino
Vou fazer esta conversa por e-mail e não por telefone porque a situação é tão grave que é melhor não correr riscos de ser escutado. Como verás mais à frentenem os homens do Presidente da República arriscam a falar dela por telefone. Pode ser paranóia da parte deles, mas a verdade é que é melhor não correr riscos.
Primeira advertência: lê este mail sentado.Secunda advertência: a história não vai ser fácil de fazer, mas se a conseguir-mos pode ser a bomba atómica.
Vamos por partes
1- Na noite de terça-feira o Fernando Lima, do PR, telefonou-me a dizer queprecisava de falar comigo hoje de manhã num local discreto. Encontramo-nos hoje às 9 h da manhã num café discreto na avenida de Roma e foi logo direito ao assunto, estava ali a falar comigo a pedido do presidente da república, que o assunto era grave e que tinha escolhido escolhido falar comigo porque me achava um jornalista séria (isto seria a dar-me graxa) e porque o acha a presidência da república que o PÚBLICO é o único jornal português que não está vendido ao poder.
2- O assunto era o seguinte (estás sentado?): o presidente da república acha queo gabinete do primeiro-ministro o anda espiar e que a prova grande disso tinha sido dada na Madeira onde o primeiro-ministro tinha enviado um tipo que trabalha para o MAI só para espiar os passos do Presidente e dos homens do seu gabinete. (mesmo que seja mentira o que não passe de uma paranóia do PR estás a ver a gravidade do facto do o presidente pensar que o PM o anda a espiar). Está a ver como estarão as relações entre eles e a opinião que o PR tem do PM)
3- Depois entregou-me um dossier sobre um Rui Paulo da Silva Figueiredo que é adjunto jurídico do PM, trabalha para o MAI, já passou pelos gabinetes de diversos ministro e, segundo o Fernando Lima, terá tentado entrar para o SIS mas chumbou.
4- Este tal Rui Paulo acompanhou a visita do PR, não se sabe como e e segundo o Lima “procurou observar”, o mais por dentro possível, os passos da visita do Presidente e o modo de funcionamento interno do satff presidencial”. Ao satff do PR terá percebido isso bastante cedo e redobrou os cuidados.
5- Estou a contactar-te porque esta história, que pode ser uma bomba ou não dar em nada, tem de começar pela Madeira com todo o cuidado e porque sei que posso contar com a tua discrição e habitual profissionalismo (isto não é graxa).
6- O Lima garantiu-me que Esta tal Rui Paulo foi colocado na mesa dos assessores do PR no jantar oferecido pelo Representante da República no Palácio da São Lourenço e foi também convidado para o jantar que o Jardim ofereceu no último dia na Quinta da Velga. Isto é verdade e facilmente confirmável.
7- O Lima sugere e eu acho bem duas perguntas para inicio do trabalho (até porque a eles também lhe interessa que isto começa na Madeira para não parecer que foi Belém que passou esta informação , mas sim alguém ligado ao Jardim)
8- Perguntas sugeridas pelo Lima: Perguntar à dr. Helena Borges, chefe do gabinete do representante da república se o conhece e se é verdade que, no jantar oferecido pelo representante no Palácio de São Lourenço ele ficou na mesa dos assessores do PR (a gente já sabe que é verdade mas vamos fingir que não sabemos) e Porque ficou ele neste mesa sem antes ser dado conhecimento ao staff do PR. 2 Pergunta: Perguntar a Paulo pereira, responsável pela informação do gabinete do Jardim, em que qualidade o tal Rui Paulo foi convidado para o jantar que Jardim ofereceu no último dia na Quinta de Veiga.
9- Agora digo eu: quem meteu este tipo na visita e em que comitiva é que ele entrou.
10- Como já te disse isto tudo pode ser paranóia dos do PR e do Lima, mas, mesmo sendo paranóia, não deixe de ser grave que o PR pense isto e que ande a passar a informação ao PÚBLICO manifestando uma grande vontade de a história vir ao público (estás a ver a bronca). Acho também que se nós conseguirmos que houve um tipo do MAI e do gabinete do PM metido à sucapa na visita do PR já é um inicio da história.
11- O Lima sugeriu-me que tratasse com ele (Lima) desta história por e-mail porque estão com medo das escutas.
12- Esta história só é do conhecimento do PR, do Lima, minha, do Zé Manuel Fernandes (que me pediu para não a contar a ninguém por enquento, mas que eu tenho que ta contar para tu te pores em campo com o conhecimento total do que estamos a falar). Peço-te por isso toda a discrição.
13- O Lima passou-me um dossier completo sobre este Rui Paulo.
14- Eu estou de folga, vim só ao jornal tratar disto e vou para casa. Estou sem computador em casa (a minha mulher levou-mo para o trabalho). Quando acabares de ler o e-mail pudemos falar por telefone.
Um abraço e vai-te a eles

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MANUELA MOURA GUEDES


Mão amiga fez-me chegar este texto de José Niza, que passo a reproduzir, sem mais comentários:
TVI - A Minha Leitura (José Niza)
Fui director de programas da RTP e depois seu administrador.
E garanto-vos que, se alguma vez algum apresentador ou jornalista desse uma entrevista a chamar-me "estúpido", a primeira coisa que aconteceria seria o cancelamento imediato do seu programa, independentemente de haver ou não eleições em curso.
Por isso me parece incompreensível que, embora rios de tinta já se tenham escrito sobre o cancelamento do jornal nacional que Manuela Moura Guedes (MMG) apresentava na TVI, todos os analistas e comentadores tenham ignorado a explosiva e provocatória entrevista que MMG deu ao Diário de Notícias dias antes de a administração da TVI lhe ter acabado com o programa.
Em meu entender essa entrevista, realizada com antecedência para ser publicada no dia do regresso de MMG com o seu jornal nacional, foi a gota de água que precipitou a decisão da TVI.
É que, o seu conteúdo, de tão explosivo e provocatório que era, começou a ser divulgado dias antes. E se chegou ao meu conhecimento, mais cedo terá chegado à administração da TVI.
Nessa entrevista MMG chama "estúpidos" aos seus superiores. Aliás, as palavras "estúpidos" e "estupidez" aparecem várias vezes sempre que MMG se refere à administração.
É um documento que merece ser analisado, não somente do ângulo jornalístico, mas sobretudo do ponto de vista comportamental.
É uma entrevista de uma pessoa claramente perturbada, convicta de que é a maior ("Eu sou a Manuela Moura Guedes"!) e que se sente perseguida por toda a gente. (Em psiquiatria esse tipo de fenómenos são conhecidos por "ideias delirantes", de grandeza ou de perseguição).
MMG diz-se perseguida pela administração da TVI; afirma que os accionistas da PRISA são "ignorantes"; considera-se "um alvo a abater"; acusa José Alberto de Carvalho, José Rodrigues dos Santos e Judite de Sousa de fazerem "fretes ao governo" e de serem "cobardes"; acusa o Sindicato dos Jornalistas de pessoas que "nunca fizeram a ponta de um corno na vida"; diz que o programa da RTP 2, Clube de Jornalistas, é uma "porcaria"; provoca a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social); arrasa Miguel Sousa Tavares e Pacheco Pereira, etc.
E quando o entrevistador lhe pergunta se um pivô de telejornal não deve ser "imparcial", "equidistante", "ponderado", ela responde: "Então metam lá uma boneca insuflável"!
Como é que a uma pessoa que assim "pensa" e assim se comporta, pode ser dado tempo de antena em qualquer televisão minimamente responsável?
Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer - e como sublinhou Mário Soares - esta questão não tem nada a ver com liberdade de imprensa ou com a falta dela. Trata-se, simplesmente, de um acto e de uma imperativa decisão administrativa, e de bom senso democrático.
Como é que alguém, ou algum programa, a coberto da liberdade de imprensa, pode impunemente acusar, sem provas, pessoas inocentes?
É que a liberdade de imprensa não é um valor absoluto, tem os seus limites, implica também responsabilidades. E quando se pisa esse risco, está tudo caldeirado.
Há, no entanto, uma coisa que falta: uma explicação totalmente clara e convincente por parte da administração da TVI, que ainda não foi dada.
Vale também a pena considerar os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido.
J. E. Moniz tem, desde Mário Soares, um ódio visceral ao PS. Sei do que falo.
MMG foi deputada do CDS na AR.Até aqui, nada de especialmente especial.
O que já não está bem - e é criminoso - é que ambos se sirvam de um telejornal para impunemente acusarem pessoas inocentes, sem quaisquer provas, instilando insinuações e induzindo suspeições.
Ainda mais reles é o miserável aproveitamento partidário que, a começar no PSD e em M. F. Leite, e a acabar em Louçã e no BE, está a ser feito.
Estes líderes políticos, tal como Paulo Portas e Jerónimo de Sousa, sabem muito bem, que nem Sócrates nem o governo tiveram qualquer influência no caso TVI. Eles sabem isto.
Mas Salazar dizia: "O que parece, é"! E eles aprenderam.
- 1984. Eu era, então, administrador da RTP.
Um dia a minha secretária disse-me que uma das apresentadoras tinha urgência em falar comigo: - "Venho pedir-lhe se me deixa ir para a informação, quero ser jornalista"! Perguntei-lhe se tinha algum curso de jornalismo. Não tinha.
Perguntei-lhe se, ao menos, tinha alguma experiência jornalística, num jornal, numa rádio... Não tinha.
"O que eu quero é ser jornalista"!
Percebi que estava perante uma pessoa tão determinada quanto ignorante. E disse-lhe: "Vá falar com o director de informação; se ele a aceitar, eu passo-lhe a guia de marcha e deixo-a ir".
A magricelas conseguiu.
Dias depois, na primeira entrevista que fez - no caso, ao presidente do Sporting, João Rocha - a peixeirada foi tão grande que ficou de castigo e sem microfone uma data de tempo.
P.S. A jovem apresentadora chamava-se Manuela Moura Guedes. E se eu soubesse o que sei hoje...

ECOLOGIA, OU NEGÓCIO ?



Élisabeth Laville é uma consultora francesa de grandes empresas, em assuntos ambientais.
Autora do livro "A Empresa Verde", a escritora aproveitou a sua passagem por São Paulo para conceder uma entrevista á revista Veja, publicada esta semana.
É uma entrevista interessante, acerca de um tema "omnipresente" nas agendas dos governos dos países desenvolvidos, embora o discurso, na esmagadora maioria dos casos, tenha muito pouco que ver com a prática...
Da entrevista, com Madame Laville, realço o destaque da revista, e a sua afirmação de que "a carne responde por 20% das emissões de dióxido de carbono. Se o consumidor sabe que comer carne vermelha tem impacto nas mudanças climáticas, é sua responsabilidade comer menos carne".
Senti-me aliviado !
Eu, que prefiro o peixe á carne, sinto-me redimido, aos olhos da sociedade, esperando que esse crédito possa ser utilizado por conta dos meus cigarros...
E se os governos decidirem proibir o consumo de carne vermelha, em locais públicos, em nome da defesa do planeta, sentir-me-ei, parcialmente, ressarcido, pela criminalização do meu direito, constitucionalmente consagrado, a fumar uns cigarritos...
Sei que vou ser politicamente incorrecto, mas muito do que está relacionado com a causa ambientalista cheira-me a negócio. Sugere-me uma variante da ultrapassada gripe das aves, ou da actual gripe suína, agora designada H1N1...
Passo a explicar:
Considero muito importante que se preservem as espécies, a natureza, e o meio ambiente, mas incomoda-me pensar que possam existir, á volta desta questão, um conjunto de interesses ocultos, tal como sucede, por exemplo, em matéria de saúde pública, com a indústria farmacêutica...
E causa-me desconforto a utilização, abusiva, de causas públicas, para defesa de certos interesses privados, mesmo quando suportadas por algumas "evidências" científicas...
Quando vejo um ex-vice presidente americano, como sucedeu com Al-Gore, receber o Prémio Nobel da Paz, pelo seu contributo para as alterações climáticas, quando, na verdade, a sua contribuição se reduziu a um filme, "Uma Verdade Inconveniente", e umas tantas palestras, todas pagas principescamente, como é de regra, fico, como diria a minha avó, com "a pulga atrás da orelha"...
Tanto mais que não me consta que Al-Gore, enquanto candidato á presidência dos Estados Unidos, tenha feito deste tema uma das bandeiras da sua campanha, e nunca se lhe conheceu essa veia ambientalista enquanto vice-presidente de Bill Clinton...
Dirão, os seus defensores, que mais vale tarde do que nunca, mas a verdade é que o tema é politicamente sensível, nos Estados Unidos, e eu, confesso, lido mal com conversões tardias, ou de conveniência.
Cheira-me sempre a negócio, coisa de cristão-novo, sobretudo quando se trata de pessoas de idade avançada...
Reconheço a minha ignorância, em matéria de alterações climáticas, mas devo confessar que, empiricamente, sinto que as coisas talvez não sejam tão más como os Verdes, ou Ecologistas, as pintam...
Gosto de estar informado sobre os principais problemas do meu tempo, entre os quais se inclui a ecologia, mas quando vejo casos como o da Madame Laville que, com 43 anos, só se tornou "radical quanto a determinadas questões" após o nascimento da sua filha, não posso deixar de pensar que existem razões que a razão desconhece...
Como decorre da entrevista, o seu radicalismo teve origem no facto de, quando a sua filha entrou para a escola, ter constatado que "os alimentos servidos lá eram ricos em gorduras e carboidratos", o que a levou a mobilizar outras escolas, para alteração do regime alimentar das crianças...
Ou seja, os grandes desastres ecológicos, como os derrames de petróleo nos oceanos, ou o perigo de extinção de algumas espécies, por captura excessiva, nunca a preocuparam, até aos 40 anos, e só os excessos de gordura na alimentação da filha a fizeram ver a "luz"...
Gostaria de acreditar que a sua actividade de consultoria, para grandes empresas, em matéria ambiental, é gratuita, atenta a importância da causa e a sua conversão tardia, mas como já tenho 55 anos e não acredito em milagres, sei que estou enganado...
Até porque não deixa de ser curioso que Madame Laville, apesar de afirmar que "o mais importante é fazer com que as pessoas tenham conhecimento de que as suas viagens têm impacto sobre o meio ambiente, já que os aviões emitem grande quantidade de CO2", considere que os € 120, que pagou de taxa, extra, pela sua viagem ao Brasil, compensam o impacto ambiental negativo causado pelo avião.
Afinal, parece que tudo pode ser remível a dinheiro, mesmo para alguns notáveis ambientalistas...
E não resisti a pensar a que causa ambientalista terá Madame Laville doado os direitos de autor do seu livro, que já vai na terceira edição em França, e acaba de ser publicado no Brasil...
Bem vistas as coisas, talvez a revista Veja tenha razão, com o título que decidiu escolher para a entrevista:
"O negócio é ser verde"...



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

DIZER MAL...




José Sócrates afirmou, em Leiria, que "é possível fazer um comício sem dizer mal de ninguém".
É um conceito interessante, apesar de nenhum dos partidos poder dizer que esteve, ou está, imune a essa tentação, como se pode verificar pelas declarações dos dirigentes partidários de todos os quadrantes.
Reconhecendo que existe uma enorme diferença entre criticar, o que é saudável, sobretudo se a crítica for construtiva, e dizer mal, o que é lamentável, tenho de admitir que o portugueses são muito mais dados á maledicência.
Seja do vizinho, do colega, do patrão e, porque não dizê-lo, muitas vezes até do amigo, o que o português se pela por fazer é um bocadinho de má-língua...
Quem já não se defrontou com situações em que, amigos, ou conhecidos, vêm dizer, com ar grave:
-Eu não sei se é verdade, mas disseram-me que, fulano de tal...
-Fulano de tal é..., não sei se é verdade, mas estou a vender pelo preço que comprei...
-Ouvi dizer que fulano/a é...
-Constou-me que fulano/a é...
E por aí fora...
Isto sem falar daqueles que, sem sequer conhecerem as pessoas a quem se referem, não hesitam em fazer juízos de valor sobre a sua personalidade, e carácter...
O boato e a má-língua fazem, infelizmente, parte do nosso quotidiano, e não parecem ser muitos aqueles que se preocupam com isso, bem pelo contrário...
Foi por isso que achei interessante a afirmação de José Sócrates, que, ao que li, chamava a atenção da juventude para este facto.
Penso que fez bem, embora, como digo, essa tentação tão portuguesa também seja apanágio de muitos dirigentes do Partido Socialista, como de dirigentes de todos os outros partidos.
Num momento em que a educação assumiu papel relevante no debate político, ensinar os nossos jovens a evitar a mentira, o boato, a calúnia, e a maledicência, parece-me um bom princípio.
E já agora, nunca é tarde para os adultos aprenderem...

JOSÉ MANUEL DE MELLO


Com a morte de José Manuel de Mello desaparece um dos grandes, e verdadeiros, empresários portugueses...
Sobre a sua obra á frente do Grupo CUF, fundado pelo seu avô Alfredo da Silva, muitos falarão, com maior propriedade do que eu.
Quero, apenas, apresentar á família as minhas sentidas condolências, e em particular ao seu sobrinho, Jorge Maria, meu companheiro de liceu, colega de equipa no Sport União Sintrense, e bom amigo.
Que descanse em paz !

terça-feira, 15 de setembro de 2009

INDECOROSO


O comportamento do piloto brasileiro de fórmula 1 , Nelson Piquet, o Nelsinho, e de seu pai, fica abaixo de qualquer classificação.
O menino, confirmou ter aceite bater com o seu carro, durante o grande prémio de Singapura do ano passado, para facilitar a vitória do seu companheiro de equipa, Fernando Alonzo, evitando, deste modo, o seu despedimento da Renault, que estava iminente, face ao mau desempenho desportivo.
Pouco importa, a meu ver, se foi Flavio Briatore, o chefe da Renault, quem o pressionou nesse sentido, ou não, porque foi ele, Nelsinho, quem aceitou colocar em risco a sua vida e a dos seus colegas pilotos, revelando a sua falta de carácter e de desportivismo.
O papá, por sua vez, veio fazer jus ao ditado "filho de peixe sabe nadar", ao tentar chantagear a Renault, com a ameaça de tornar pública a aldrabice, para evitar o despedimento do filho.
Convirá recordarmos que Nelson Piquet, pai, nunca foi um exemplo de desportivismo, e nos seus tempos de corredor, foi o responsável pelo boato de que Ayrton Senna era homossexual...
Indecoroso, é o mínimo que se pode dizer, para classificar o comportamento desta dupla.

A CRISE...

Há um ano, o governo americano deixava cair o Banco Lehman Brothers e precipitava aquela que muitos apelidaram como a maior crise financeira, desde 1929.

As reacções de governos e bancos centrais foram imediatas, injectando quantidades de dinheiro, sem precedentes, no sistema financeiro, para evitar males maiores.

Contra o que seria de esperar, economistas, banqueiros e governos, já anunciam o final da crise, um pouco por todo o mundo, e as nuvens de pessimismo de há um ano parecem ter desaparecido.

Resta saber o que acontecerá quando os governos começarem a ter de se preocupar, de novo, com os elevadíssimos valores da dívida pública e com a inflação...

E os mecanismos financeiros que provocaram a crise permanecem inalteráveis, pouco se tendo feito para os controlar...

Esta crise está a chegar ao fim.

Até á próxima...

sábado, 12 de setembro de 2009

CREDULIDADES...



O Casal estava jogando golfe no quintal quando na terceira tacada o marido diz:
- Querida, tome cuidado ao acertar a bola, não vá mandá-la numa dessas casas e quebrar uma vidraça. Vai custar uma fortuna para consertar.
Mal termina a frase, ela dá a tacada e estilhaça uma vidraça.
O marido se desespera:
- Eu disse para tomar cuidado!
- E agora, como vai ser ?
- Vamos até lá pedir desculpas e ver quanto vai ser o prejuízo.
Eles batem à porta e ouvem uma voz:
- Podem entrar.
Eles abrem a porta e vêem vidro espalhado pelo chão e uma garrafa quebrada perto da lareira.
Um homem sentado no sofá diz:
- Vocês são os que quebraram a minha janela?
- Sim. Sentimos muito e queremos pagar o prejuízo. - responde o marido.
- De jeito nenhum. Eu que quero agradecer-lhes. Sou um gênio que estava preso nesta garrafa há milhares de anos. Vocês me libertaram..Posso conceder três desejos. Eu dou um desejo a cada um e guardo o terceiro para mim.
- Que legal! - diz o marido. - Quero um milhão de dólares por ano, pelo resto de minha vida.
- Sem problema. É o mínimo que eu posso fazer. E você, o que gostaria de pedir? - diz o gênio olhando para a esposa.
- Quero uma casa em cada país do mundo, ela responde.
- Pode considerar seu desejo realizado. - diz o gênio.
- E qual é seu desejo, gênio ? - o marido pergunta.
- Bem, desde que fiquei preso nesta garrafa há milhares de anos não tive mais a oportunidade de fazer sexo. O meu desejo é fazer amor com sua mulher.
O marido olha para sua esposa e diz:
- Bem,querida, nós ganhamos um monte de dinheiro e todas essas casas. Acho que ele não está pedindo muito.
O gênio leva a mulher para o quarto e passa duas horas com ela. Depois de terminar, ao se vestirem, o gênio olha para ela e pergunta:
- Quantos anos tem seu marido?
- 35.
- E você ?
- 29.
- Puxa ! E vocês ainda acreditam em gênios ?

FALAR CLARO...





"Lembras-te de ouvir falar no "triângulo do mal", uma espécie de máfia dos interesses económicos pouco claros?
Na altura, acusava-se a coligação de interesses centrada nas "autarquias, futebol e construção civil", era esse o triângulo maldito. Porém, por muito importantes que sejam os interesses, os autarcas, os dirigentes desportivos e os construtores "jogam a feijões". Não passam de meninos de coro ao pé da verdadeira tríade composta por "partidos, grupos económicos e agentes a soldo, de uns e outros, frequentemente, em acumulação"."


Este é um excerto do diálogo de Filipe Pinhal com a sua filha Ana, que integra o livro a publicar pelo gestor, e que pode ser lido na edição "online" do Diário de Notícias, de hoje, sob o título "Pré-Publicação" - "Formatar opinião com fugas de informação no BCP".


Filipe Pinhal faz acusações graves e já tinha afirmado, em entrevista ao Jornal de Negócios, que justificará, no momento, e local, próprio, as acusações que faz.


A importância, e gravidade, das declarações do gestor dão-nos o direito de exigirmos que este assunto não caia em saco roto...


Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ALHOS...E BUGALHOS

Tenho evitado falar do "caso" Moura Guedes e do "seu" Jornal Nacional.
Sobre a inoportunidade do afastamento e o aproveitamento político que dele foi feito, já tudo foi dito, e escrito, inclusivamente pela própria...
Interessante é a evolução do "caso", do ponto de vista interno, com as notícias da união dos jornalistas, em torno da apresentadora, a evoluírem, rápidamente, para um clima de "guerra sem quartel" na redacção da estação televisiva, como se pode ler no Diário de Notícias de hoje.
Estimulado pelo artigo do DN, resolvi consultar o blogue do jornalista Carlos Enes (http://fragmentosdeapocalipse.blogspot.com/), e os comentários ao seu "post" intitulado "O Fim da Magia".
A avaliar pelos comentários, a redacção da TVI está mesmo em "pé de guerra", e a figura, e estilo, de Moura Guedes, longe de provocarem o consenso entre os seus pares, são motivo de acentuadas divergências.
E o clima é de tal ordem que Júlio Magalhães, coordenador da Redacção da TVI no Porto, em entrevista ao Jornal i, vem admitir que "se continuar o clima que agora se vive, pode ser a morte de uma estação líder".
Não deixa , também, de ser curioso que Júlio Magalhães considere que a decisão de suspender o programa não foi "surpreendente", antes considerando o "timing" escolhido como inadequado, uma vez que existia "desconforto público em relação ao programa".
Ora, que eu saiba, e Júlio Magalhães é um jornalista experiente e competente, a ponto de ser dado como possível sucessor de João Abreu, como director de informação, desconforto público não é o mesmo que desconforto governamental, esse sim, conhecido de todos, e públicamente expresso.
Para quem estiver de boa fé, e não sofrer de partidarite aguda, fica cada vez mais claro que não foi o governo, e muito menos Sócrates, quem pediu a suspensão do programa, o qual, aparentemente, já teria um fim anunciado, até porque nada teriam a ganhar com isso, como se viu.
Aproveitar este episódio como arma eleitoral não só não é surpreendente, como, digo eu, até faz parte...
Mas evocar este caso para se sugerir que está em risco a liberdade de imprensa, é abusar da inteligência de todos nós.
Que cada um usa as armas que pode, para ganhar eleições, todos sabemos disso, mas não vale misturar alhos...com bugalhos. 

domingo, 6 de setembro de 2009

SEM ACORDO...


Num momento em que os ministros das Finanças do G20, após a sua reunião em Londres, parecem não ser capazes de sair das boas intenções e acertar uma estratégia de actuação comum, o livro de Charles Morris, considerado um dos melhores livros de 2008, por publicações tão importantes como "The Economist", "BusinessWeek", e o "New York Times", assume actualidade crescente.
Numa linguagem simples, e muito clara, o autor, advogado e ex-banqueiro, conduz-nos através das crises dos últimos 25 anos, em resultado da política económica norte americana, explica os mecanismos que estiveram na base da actual crise, e apresenta-nos uma "agenda parcial para re-regular as finanças". 
Considerando que "a primeiríssima prioridade será restaurar uma supervisão eficaz do sistema financeiro", Charles Morris afirma que, "uma das causas primárias da crise do crédito foi a mudança(...) para o novo sistema "Basileia 2", de cálculo de alavancagem por meio da análise do "valor em risco" (ou VAR, de value at risk) baseada em um modelo", para considerar o fracasso como "cataclísmico".
Num momento em que já se começa a falar da recuperação económica, e antes as dificuldades para se conseguirem acordos, limitativos das práticas bancárias, o mais provável é que os ministros das Finanças venham a concordar em  mudar alguma coisa, para que tudo possa ficar na mesma, ou quase...
Diz Charles Morris que, "a amplitude do crash financeiro actual sugere que chegamos ao ponto em que o dogmatismo de mercado é que se tornou o problema, e não a solução. E depois de um quarto de século, é hora de o pêndulo oscilar na outra direcção."
Eu acrescentaria: Será...?

A SELECÇÃO...

Esta era bandeira do Reino Unido de Portugal, do Brasil e Algarves, designação oficial a partir de 16 de Dezembro de 1815, após D João VI ter elevado a antiga colónia portuguesa á condição de reino.
O empate da selecção nacional portuguesa, na Dinamarca, com um golo do naturalizado Liedson, pode manter viva a esperança, do ponto de vista matemático, de Portugal poder vir a estar presente na fase final do próximo Mundial, mas só isso...
Portugal só pode queixar-se de si próprio, de uma campanha mal preparada, triste, sem chama, e não fica bem a Carlos Queiroz justificar o insucesso com as arbitragens...
Com Portugal á beira de dizer adeus á África do Sul, o Brasil defrontou, esta madrugada, a selecção Argentina, que derrotou por 3-1.
Sem se preocupar com uma arbitragem que lhe foi desfavorável, o Brasil demonstrou a sua classe, em casa do adversário, e tornou-se na primeira equipa sul-americana a garantir o apuramento.
A mania da superioridade dos argentinos, face aos brasileiros, sempre me causou uma certa irritação, e o mesmo se aplica aos europeus nórdicos, face aos latinos...
Também por isso, fiquei feliz pelos "torcedores" brasileiros e senti-me vingado...
Aconteça, ou não, o milagre da classificação portuguesa, ficou garantida a nossa representação, cantando o Fado em surdina e vibrando com o Samba do futebol brasileiro !

sábado, 5 de setembro de 2009

NADA COMO UMA BOA PIADA...


Nada como uma boa piada, para comerçar bem um fim de semana. Aqui fica uma.

O caipira entra no consultório médico. Meio sem jeito, gagueja e explica ao médico:

- Dotor, o trem num sobe mais. Já tomei tudo quanto foi chá de pranta: num sobe de jeininhum!
_ Olha meu amigo. Vou lhe receitar um remédio que vai deixar você novo em folha. Tem uma coisa: são cinquenta comprimidos, um por dia.
_ Dotor, mais eu sô um home simpres, da roça. Sei contá só té deiz, usano usdêdamão e mais nadica.
_ Então você faça o seguinte: vá a uma papelaria logo aqui em frente, compre um caderno de cinquenta folhas. A cada comprimido que você tomar, imediatamente pega o caderno e arranca uma folha. Quando o caderno acabar, você já vai estar curado. Tome aqui a receita.
_ Brigado, dotor. Vô agurinha memo comprá o tal caderno.
Sai do prédio e avista de fato uma papelaria ali perto.
Entra, totalmente constrangido, vem uma moça bonitinha atendê-lo:
_ Priciso dum caderno de cinquenta fôia.
_ Brochura?
_ Ô médico fidaputa, sô !!!!!!!! Já andou ispaiano meu pobrema por aí !!!!!!!